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Mercado: BC faz maior ação em mais de 2 anos para conter dólar

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19/06/2013 - 07:59

Mesmo após dois leilões, dólar volta a fechar no maior nível em mais de 4 anos e bate R$ 2,177

Rio - Mesmo após duas intervenções do Banco Central (BC), as maiores no mercado de câmbio em mais de dois anos, o dólar voltou a subir ontem pelo terceiro dia seguido. A moeda norte-americana fechou cotada a R$ 2,177, alta de 0,23%. Esse é o maior patamar desde 30 de abril de 2009.

A forte pressão do dólar também levou a um aumento de pessimismo em relação à inflação. Com isso, os investidores elevaram suas apostas na alta da taxa básica de juros (Selic), nos contratos negociados na BM&FBovespa.

O balanço dos negócios na Bolsa mostra que os investidores apostam, em sua maioria, numa alta de 0,75 ponto porcentual na taxa de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que começa em 9 de julho. Os juros, segundo as apostas na BM&FBovespa, devem chegar a 10,25% no fim do ano. Hoje, a Selic está em 8% ao ano.

A forte oscilação no valor negociado dos títulos da dívida pública também levou o Tesouro Nacional a fazer uma intervenção no mercado. Mesmo com a intervenção do Tesouro, o mercado continuou nervoso, com vendas de títulos da dívida pública e alta das taxas de juros no mercado futuro.

Para o ex-secretário do Tesouro Nacional e economista-chefe do banco J. Safra, Carlos Kawall, a atuação do Tesouro é correta. “O Tesouro entra para estancar a volatilidade no mercado de juros, sob pena de perder seu cliente (o investidor)”, afirmou. Mas, disse Kawall, a medida “não resolve o problema fundamental”, de “desconfiança em relação à credibilidade da política fiscal”.

“Mesmo com o rebaixamento da perspectiva de rating (classificação de risco) pela Standard & Poor’s, ainda não houve uma sinalização clara sobre a retomada das metas fiscais de forma clara e transparente”, disse Kawall.

Dólar

As duas atuações do BC de manhã, por meio de operações equivalentes à venda de dólares no mercado futuro (swap cambial), foram insuficientes para conter a cotação da moeda norte-americana. A alta do dólar foi atribuída a três fatores: a expectativa dos investidores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) retire estímulos e reduza os dólares no mercado; as preocupações com a economia brasileira; e a busca por operações no mercado financeiro (hedge) para se proteger de futuras altas do dólar.

Profissionais ouvidos disseram que, com o recente avanço do dólar e as preocupações com a inflação, as empresas aumentaram a procura por hedge, por meio da moeda estrangeira no mercado futuro. “Parece ter ficado uma impressão de que o BC está satisfeito com o atual patamar de R$ 2,10 a R$ 2,15. Mas existe a impressão de que o dólar pode subir mais, por causa do Fed, então as empresas se protegem”, disse Sidney Nehme, sócio da NGO Corretora.

Intervenções

O problema, segundo operadores de câmbio, é que as empresas querem se proteger, mas ninguém quer se arriscar a vender dólares. Por isso, o BC entrou no mercado, por meio de dois leilões. A injeção total de recursos no mercado futuro somou cerca de US$ 4,5 bilhões. No primeiro leilão, o BC ofertou e vendeu 60 mil contratos (cerca de US$ 3 bilhões). Na segunda atuação, o BC ofereceu 40 mil contratos, no valor de US$ 2 bilhões, mas vendeu 30 mil contratos, cerca de US$ 1,5 bilhão.

Com as intervenções, o BC conseguiu manter o dólar em baixa durante boa parte da sessão. Mas a pressão do mercado externo, com a alta generalizada do dólar, levou a uma alta gradativa da cotação, até fechar o dia em R$ 2,177.

“O BC não quer ver o dólar muita acima de R$ 2,15, mas a economia mundial toda luta contra ele”, disse o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, ressaltando que o fortalecimento do dólar aumenta a pressão inflacionária.

Fonte: Jornal O Popular


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