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Mais gestores independentes criam fundos de previdência

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26/08/2013 - 09:10

A percepção crescente de que será preciso sofisticar as estratégias em previdência tem atraído novos agentes para esse mercado. Cada vez mais gestores independentes das redes de varejo, acostumados a um manejo ativo dos papéis, criam produtos nesse segmento. Para isso, eles precisam lidar com um desafio. A regulamentação impede que repliquem várias das estratégias dos fundos que já têm em prateleira, com restrições para aplicações no exterior e posições vendidas em ações, por exemplo. Não é pretexto, entretanto, defendem os gestores, para entregar retornos ruins.

A gestora Brasil Plural lançou neste mês seu primeiro fundo de previdência. A carteira vai replicar a estratégia do fundo institucional, criado em 2010 e que, este ano, até julho, rendeu 6,49%. A ideia é passear entre juros, bolsa e câmbio de acordo com as oportunidades do momento. Agora, por exemplo, a estratégia está mais focada em juros e câmbio. Para Bruno Carvalho, sócio do Brasil Plural, em um mercado que em geral não olha as estratégias de forma integrada e é muito passivo, é importante ter este diferencial.

Entre os fundos balanceados hoje em mercado, considera Carvalho, a renda fixa ainda é muito ligada ao Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI) e a renda variável, apegada a índices como o Ibovespa. "É o pior de um mundo com o pior do outro, sendo que os dois mandatos em geral não têm interligação", afirma o sócio do Brasil Plural.

Aplicar a gestão ativa no universo da previdência exige adaptações. Um multimercado tradicional, por exemplo, pode aplicar até 20% do patrimônio no exterior. No universo da aposentadoria, isso não é permitido. Uma das saídas encontradas pela gestora do Brasil Plural é operar o mercado externo via ativos negociados na BM&FBovespa. É o caso do contrato futuro de S&P e de algumas moedas, como os dólares americano, canadense e australiano.

"Todo gestor hoje está buscando um alinhamento maior da estrutura regulamentar de previdência para ter capacidade de gerar mais valor", diz Carvalho, ressalvando que, enquanto as mudanças não vêm, é possível se adaptar para gerar retorno.

A gestora Rio Bravo também entrou no segmento neste ano. A casa criou em março um fundo de previdência. A carteira segue as estratégias de renda fixa e ações já consolidadas da gestora. O balanceamento entre as duas será coordenado pelo economista Gustavo Franco, sócio da casa e ex-presidente do Banco Central.

A ideia é mexer na composição do portfólio de acordo com o momento de mercado. Dentro de cada estratégia, o plano é que os ativos não girem muito, em linha com outros produtos da casa. Em renda fixa, os gestores vão comprar apenas títulos públicos. A seleção de ações, que dá bastante peso à governança das companhias, será bastante estável, sem grandes movimentos de curto prazo, segundo Rogério Estevão, gestor de portfólios da Rio Bravo.

"Entrar em previdência era um desejo muito antigo, havia uma demanda reprimida", diz Estevão. Como na previdência os investidores normalmente não fazem grandes aportes isolados, mas sim diluídos ao longo do tempo, foi preciso reunir uma massa crítica interessada. A possibilidade legal de fazer portabilidade de recursos deu uma força ao movimento, segundo o gestor.

No mercado de previdência há quase três anos, a Ibiuna Investimentos também decidiu ampliar a capilaridade do produto. A gestora independente lança em setembro uma carteira que vai acessar a mesma estratégia, mas na prateleira de outra seguradora. Além de Bradesco Vida e Previdência, agora a gestora terá também parceria com a Icatu Vanguarda.

O fundo da Ibiuna está entre as dez carteiras mais rentáveis em 2013, com ganho de 4,16% até julho, segundo estudo das consultorias NetQuant e Towers Watson. A carteira se inspira no multimercado macro da casa, mas também com adaptações à legislação. Estratégias "long and short" em que uma ação é comprada e outra vendida, por exemplo, precisam ser substituídas por papel comprado contra índice de ações.

Os limites não inviabilizam a gestão ativa segundo Caio Santos, sócio-responsável pela área de relações com investidores e produtos da Ibiuna. "Não é porque previdência é um produto de longuíssimo prazo que não pode ter agilidade na gestão da carteira", diz. (Colaborou Beatriz Cutait)

Fonte: Valor


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