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Levy reconhece que vai ser difícil para o país crescer

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02/09/2015 - 08:39

"Se a casa não estiver em ordem, vai ser impossível crescer", diz ministro em audiência pública na Câmara dos Deputados

Enquanto a economia brasileira afunda na recessão, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sinalizou que vai ser difícil para a economia voltar a crescer em meio ao cenário externo “bastante desafiante” com um ponto de interrogação sobre a China. Um dia após o anúncio do deficit de R$ 30,5 bilhões na proposta do Orçamento de 2016, Levy, em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (01/09), ele foi categórico e afirmou que “é muito difícil uma economia crescer quando há incertezas e desequilíbrios fiscais”.


“Evidente que se a casa não estiver em ordem é impossível crescer, é impossível  ter confiança e a gente vai ver o dólar disparar. A gente vai ver, inclusive, o ganho que a gente teve este ano em relação a inflação, que está caindo, poder ter até um risco”, disse Levy. “Esse é o momento de mostrar maturidade e procurar soluções que permitam o país retomar a rota do crescimento”, completou ele, lembrando que esse ajuste nas contas públicas vai exigir sacrifício “do próprio governo”. “A gente precisa ficar atento e repensar os modos de oferecer os serviços que o cidadão precisa. Vai ter que ter muita seriedade fiscal”,  completou.


Após a queda de 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2014,  economistas revisaram as previsões e estimam queda de 2,5% a 3%, neste ano, e de até 1%, no ano que vem. Já o governo está mais otimista. Espera  retração de 1,8%, em 2015, e expansão de 0,2%, em 2016.
 
Sem bonança
Durante a audiência na Câmara, o ministro Levy voltou a alertar que aquele momento de bonança e euforia consumista do passado acabou. “Passamos por um período de expansão, com maior facilidade de crédito, mas as condições que permitiam esse período se esgotaram”, afirmou ele lembrando que, durante o “boom” das commodites, o bom momento parecia que não havia mais problemas e que eles não são novos. “Mas agora a gente percebe que nem tudo está resolvido. É como na maré baixa, quando ela vem, você descobre quem está de calção e quem está sem calção”, disse ele arrancando risos dos deputados.

Ele destacou que é preciso que governo, sociedade e Congresso estejam bem atentos para o momento atual em que o país atravessa porque o “ambiente não é favorável” para enfrentar os “problemas antigos que estavam mascarados”.

Ao comentar sobre a situação fiscal dos estados, que é o tema da audiência, o ministro destacou que, quando a inflação foi controlada e os governos regionais foram mais comedidos em conceder reajustes e acabaram acertando as contas. No entanto, agora, parece que, alguns tiveram “uma recaída” da lição aprendida que é não gastar mais do que se arrecada. Levy alertou, entre 2010 e 2014, houve queda da taxa de investimento em relação ao PIB enquanto as despesas com gasto de pessoal aumentou. “Isso não pode acontecer. Investimento é o que atrai riqueza e gera receita”, aconselhou ele, citando aumento de 50% de 2011 para 2014 no caso do Rio Grande do Sul, que não vem conseguindo pagar os salários dos funcionários. Enquanto isso, a receita bruta um pouco mais modesto, com “uma deterioração importante” no resultado fiscal.

De acordo com o ministro, ao longo dos últimos anos, houve um desembolso da União muito significativo para os estados, de R$ 30 bilhões por ano, e, agora, “esse valor vai reduzir” diante da atual conjuntura fiscal do governo federal.

Fonte: Correio Braziliense

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