Brasília - O mercado de crédito esfriou em abril ao mesmo tempo em que as taxas de juros dispararam, atingindo recordes em várias modalidades. Pela primeira vez este ano, a inadimplência também aumentou. O resumo é o de que o cenário tornou-se mais negativo para os financiamentos, mas essa piora não apenas era aguardada pelo Banco Central (BC) como foi, em parte, estimulada pela instituição. Além de ser reflexo da atividade fraca e do dólar, o aumento da taxa básica de juros Selic também gerou impactos sobre os empréstimos do País.
O estoque de financiamento ficou praticamente estável no mês passado ao apresentar crescimento de apenas 0,1% sobre março, para R$ 3,061 trilhões. Essa soma representou 54,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em abril ante 54,8% de março. “A moderação do crédito, que já era observada antes, ficou mais nítida em abril”, enfatizou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.
A projeção atual da instituição é a de que o mercado de crédito apresente expansão de 11% em 2015. Uma atualização dessa estimativa será feita em julho e, além desse mercado mais enxuto dos últimos meses, Maciel deve levar em conta o impacto do aumento da alíquota de 15% para 20% da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) a ser paga pelos bancos a partir de setembro.
Ele avaliou que o movimento é “consistente com o ciclo de política monetária”. Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano e a expectativa majoritária do mercado financeiro é a de que o BC promoverá uma nova elevação, para 13,75% ao ano, na semana que vem.
Fonte: Jornal O Popular