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Juros: banco Central mantém taxa básica em 11% ao ano

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29/05/2014 - 08:56

Após nove altas e a seis meses da eleição presidencial, Copom interrompe o ciclo de aperto monetário iniciado em abril de 2013

O Banco Central decidiu ontem manter a taxa básica de juros (Selic) em 11% ao ano, após uma sequência de nove aumentos consecutivos entre abril de 2013 e abril de 2014. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), unânime, foi tomada a poucos meses das eleições presidenciais, em um momento de baixo crescimento da economia, desaceleração do crédito e alta da inflação. Em seu comunicado, o BC disse apenas que avaliou “a evolução do cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação”.

Quando iniciou o ciclo de aperto monetário, a Selic estava em 7,25% ao ano, menor patamar da história do Copom. Na época, a inflação acumulava alta de 6,6% nos 12 meses encerrados em março, o que levou o BC a agir.

Hoje, o IPCA está em 6,3%, com expectativa de que supere o teto da meta (6,5%) em julho e chegue a quase 7% às vésperas do primeiro turno das eleições. O BC tem afirmado que, se não tivesse agido, a inflação seria maior.

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Trazer os juros para o patamar mais baixo dos últimos anos era uma das principais metas do governo Dilma. A Selic, entretanto, já está acima do 10,75% verificado no fim do governo Lula.

As taxas ao consumidor estão subindo desde o início do ano passado (a média hoje é de 28% ao ano). Mas continuam abaixo do visto no começo do governo Dilma (32%). Isso ocorre porque os bancos públicos cortaram “spreads” em 2012, parcela da taxa que inclui custos e margem de lucro, por exemplo.

A expectativa dos economistas consultados pelo próprio BC é que a taxa básica voltará a subir em dezembro e chegará a 12,5% em 2015, o que deve contribuir para nova desaceleração no crédito no próximo ano.

A alta da Selic está entre os fatores que ajudaram a reduzir a demanda por crédito, ao lado do endividamento das famílias, da queda no consumo e da cautela dos bancos.

Inflação e PIB

Entre os argumentos do BC para encerrar o ciclo de alta dos juros está a avaliação de que parte da alta de juros ainda não se refletiu sobre os índices de preços. A instituição também tem afirmado que a alta dos alimentos neste ano é temporária, afetada por questões climáticas, e que os preços vão cair até dezembro.

Outra questão, que vem sendo citada por economistas, é a expectativa de que a economia brasileira deve encerrar 2014 com crescimento inferior aos 2,3% do ano passado, em pleno ano eleitoral. Quando Dilma foi eleita, o País crescia ao ritmo de 7%. Há também a avaliação de que não adianta tentar segurar a inflação por meio do aumento dos juros enquanto o governo mantém uma política de aumento de gastos.

Parada

A longa reunião do Copom junto com o uso do termo “neste momento” significa que a pausa na alta da Selic, que foi mantida em 11% na reunião desta quarta-feira, 28, pode não ser tão longa, na avaliação do economista-chefe do Banco J.Safra, Carlos Kawall. Para ele, diante deste quadro, haverá algum acréscimo de prêmios no juro futuro para janeiro de 2015, diante da possibilidade de o aperto ser retomado antes do que o mercado esperava.

Para André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, o Banco Central perdeu mais uma chance de aumentar a credibilidade da instituição.

Entidades

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou como “acertada” a decisão do Copom. Para a entidade, a decisão é um indicativo de que o período de aumento da taxa de juros chegou ao fim. “O término do ciclo de alta dos juros é necessário para evitar que o custo da redução da inflação recaia preponderantemente sobre o setor produtivo”, afirma, em nota.

Também em nota, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) ressaltou que a parada no aperto monetário veio depois de uma alta acumulada de 3,75 pontos porcentuais desde abril de 2013. “A manutenção da taxa Selic neste patamar será prejudicial à retomada das atividades”, diz o presidente da federação, Paulo Skaf, na nota. “Indústria, comércio e serviços já sentem a redução do volume de vendas, e nem a proximidade do início da Copa traz reversão deste processo.”

Maior juro real do mundo

A manutenção da Selic em 11% ao ano faz com que o Brasil permaneça no primeiro lugar no ranking mundial de juros reais. De acordo com a MoneYou, o País é o melhor pagador de juros reais da economia global, com taxa de 4,25% ao ano.

São consideradas no levantamento as taxas de juros nominais determinadas pelos bancos centrais em 40 países e as projeções médias de inflação futura das respectivas autoridades monetárias.

As demais colocações do ranking global de pagadores de juros reais são preenchidas pelos demais emergentes dos Bric em sua formação original, sem a Africa do Sul. Em segundo lugar, está a China (3,41%); em terceiro, a Índia (2,66%); e, em quarto, a Rússia (1,70%)

Ainda segundo o estudo, a posição do País supera, inclusive, os maiores pagadores nominais da atualidade: Venezuela e Argentina, onde as taxas de juros estão em 16,38% e 14,90%, respectivamente Porém, nesses termos nominais, o Brasil continuou na terceira colocação do ranking global, atrás apenas desses dois vizinhos sul-americanos.

 

Fonte: Jornal O Popular

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