São Paulo - Investidores com aplicações atreladas ao CDI (taxa de juros dos empréstimos entre bancos), como Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), têm visto seus ganhos encolher. As aplicações indexadas ao CDI - a exemplo também dos fundos DI - costumavam dar retornos bem próximos aos de investimentos indexados ao juro básico (taxa Selic).
Desde dezembro, porém, o CDI tem ficado mais abaixo que o de costume da Selic, meta definida pelo Banco Central e hoje em 7,25% ao ano.
Na sexta-feira, enquanto a taxa Selic negociada no mercado - que não é a mesma da meta, mas fica próxima a ela - estava em 7,11%, a taxa média do CDI ficou em 6,92%, diferença de 0,19 ponto porcentual. A distância é mais que o dobro da observada em janeiro de 2012 (0,07).
Impacto
Isso faz diferença no ganho obtido. Por exemplo, uma pessoa que aplicou R$ 100 mil em um investimento atrelado à Selic, considerando uma taxa de 7,11% todos os dias, terá rendimento de R$ 7.110 em um ano. Já outra que investiu em aplicação que paga 100% do CDI, considerando a taxa de 6,92% durante todo o ano, ganhará R$ 6.920 - R$ 190 a menos, diz Cesar Locatelli, planejador financeiro.
Para quem já tem dinheiro aplicado no CDI, os analistas recomendam calcular o rendimento já descontados a inflação e o Imposto de Renda. Isso porque, muitas vezes, uma pequena perda anual não compensa uma alíquota alta de IR que será cobrada se o investidor resgatar os recursos para mudar de aplicação, sobretudo se o investimento tiver pouco tempo. “Em outra aplicação, o cálculo do IR começa a ser contado do zero”, diz Fabio Colombo, administrador de investimentos.
Especialistas afirmam ainda que é preciso avaliar o objetivo do investimento.“Se for para emergências, não compensa mexer. Se é um recurso de longo prazo, eu pensaria em realocar a carteira olhando para outras operações que podem envolver até um pouco mais de risco, como em Bolsa, por exemplo”, afirma o planejador financeiro Locatelli.
Os analistas dizem que uma opção para fugir do descolamento do CDI, se ele permanecer, são os investimentos atrelados à inflação ou à Selic, como os títulos do Tesouro Direto (NTN-Bs, corrigidas pela inflação mais juros, NTN-F e LTN, prefixadas, e LFT, indexada à Selic).
Fonte: Jornal O Popular