O interventor do Banco Central (BC) no banco BVA, Eduardo Félix Bianchini, pediu mais 60 dias para avaliar os números da instituição. O banco sofreu intervenção no dia 19 de outubro, processo previsto para durar inicialmente dois meses.
A solicitação foi atendida pelo BC. Segundo o Valor apurou, apesar da prorrogação, a expectativa é que os números estejam concluídos até a primeira quinzena de janeiro.
Sob intervenção, o BVA está em busca de um comprador. Com essa finalidade, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) contratou os serviços de assessoria financeira da BR Partners para prospectar interessados. Se não encontrar uma solução de mercado, a instituição será liquidada.
Carlos Alberto de Oliveira Andrade, do grupo CAOA, de revendedoras de carros, já afirmou ter interesse na instituição. O empresário é também um dos principais credores do BVA, com depósitos totais superiores a R$ 500 milhões.
É possível que Andrade apresente uma proposta até o fim do ano, apurou o Valor. A negociação das condições para se chegar a um acordo firme, porém, ficaria para depois e a expectativa é que não seja concluída tão rapidamente.
De acordo com fontes que acompanham o processo, um banco e um fundo também olharam o BVA. No entanto, o dono do grupo CAOA - por causa de sua condição de credor - estaria mais "determinado" a encontrar uma solução.
Andrade já avaliava a compra do BVA desde o ano passado, quando os antigos sócios do banco, José Augusto Ferreira dos Santos e Ivo Lodo, tentavam encontrar uma saída para equacionar a falta de capital da instituição. Naquele momento, Cleber Faria - ex-sócio e ex-presidente da cervejaria Itaipava - também cogitou adquirir o BVA, de quem é credor, mas desistiu da ideia.
Fonte: Valor Econômico