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Inflação: Queda no consumo desacelera alta de preços

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09/05/2014 - 12:04

Índice de Preços ao Consumidor (IPC) em Goiânia fechou abril com uma variação de 0,53%, bem abaixo dos 1,22% registrados no mês de março, divulgou o IMB/Segplan

A dona de casa Ilza Ribeiro Rodrigues e a estudante Ismaíza Ribeiro garantem que pararam de comprar ou reduziram o consumo de muitos produtos, depois que os preços de vários alimentos dispararam. Segundo Ilza, a saída tem sido variar mais o cardápio. A carne de primeira foi trocada pela carne de segunda, feita na panela de pressão para ficar mais macia, ou pelo frango.

Ela também garante que passou a comprar menos tomate e batata, que muitas vezes é substituída pela mandioca. Ao comprar suco de caixinha, a opção é pela marca mais barata para equilibrar o orçamento doméstico. “Os legumes e verduras continuam subindo muito. O jeito é trocar algumas coisas para conseguir comprar o necessário”, explica a dona de casa.
Em abril, o comportamento de consumidores como Ilza ajudou a desacelerar a inflação, que vinha crescendo em disparada desde o início do ano. A queda no consumo do tomate, por exemplo, que sempre tem figurado entre os vilões dos reajustes, fez com que o produto registrasse uma queda de 10,7% no preço médio em abril, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Goiânia, divulgado ontem pelo Instituto Mauro Borges (IMB), ligado à Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento (Segplan).
Velocidade
O IPC fechou abril com uma variação de 0,53%, bem abaixo dos 1,22% registrados em março. Muitos produtos continuaram subindo, só que numa velocidade menor. Foi o caso da batata inglesa, que aumentou mais 10% em abril, depois de reajustes bem maiores em meses anteriores. “O preço chegou a um determinado nível e o consumidor recuou no consumo”, explica a chefe do Gabinete de Gestão do IMB, Lillian Maria Silva Prado. Por outro lado, ela dá o exemplo do frango, que subiu 5,6% depois que muita gente trocou a carne por ele na tentativa de economizar.
Outra prova da influência dessa demanda é que os reajustes em abril ficaram mais concentrados entre as carnes de segunda, como a costela, que subiu 5%. “A carne chegou a um patamar de preço que não se sustentou porque as pessoas passaram a comprar mais frango e carne de segunda”, explicou o gerente de Pesquisas Sistemáticas e Especiais do IMB, Marcelo Eurico de Sousa. O ovo ficou 6,8% mais caro.
Um dos grandes vilões da inflação no mês foi a alimentação fora do domicílio, que ficou 1,07% mais cara por causa de um aumento médio de 1,7% no custo do almoço por quilo. Lillian explica que isso é reflexo dos reajustes nos preços dos alimentos desde o início do ano, que começaram a ser repassados pelos restaurantes.
Porém, a expectativa do IMB era de um índice bem maior neste mês de abril, com mais altas de alimentos e a autorização de um reajuste de até 6% nos preços dos medicamentos. “Os reajustes dos alimentos desaceleraram depois de atingirem um pico”, informa Lillian. Já os preços dos remédios subiram só 2% na capital, graças à grande concorrência.
Além do tomate, a pesquisa também constatou uma queda no preço do feijão carioca e da banana prata por causa da entrada das safras, como explica Marcelo Eurico. Já o preço da batata, segundo ele, até hoje sente os efeitos do excesso de chuvas.
Neste mês de maio, também há uma expectativa de um índice elevado por causa do reajuste de 3,7% no preço da passagem de ônibus urbano e de 5,5% na tarifa de água e esgoto. “Além disso, muitos alimentos ainda continuam com tendência de alta”, destaca Lillian. A cesta básica pesquisada pelo IPC saltou de R$ 257,22 em abril para R$ 258,18 em maio.
Compras
O supermercadista Paulo Roberto Soares confirma que precisou reduzir a compra de alguns produtos depois que as vendas caíram. Um bom exemplo é o do tomate, cujo quilo já custa quase R$ 6. “Tenho que comprar menos, caso contrário terei muitas perdas do produto”, destaca. Até as vendas de arroz e feijão vem caindo.
Ele reclama que o preço do ovo subiu quase 40% nos últimos 60 dias. Para o supermercadista, apesar de uma aparente acomodação em abril, os preços subiram muito nos meses anteriores e não voltam mais aos patamares anteriores. “Pode até haver um certo recuo, mas os valores não voltam mais ao que era praticado antes”, avisa.

Preço da cesta básica só cai em Goiânia

Goiânia foi a única das 18 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) a registrar queda do custo da cesta básica (-5,41%) em abril. No acumulado do ano, houve alta de 6,77%. Já na comparação com abril de 2013, o aumento foi de 3,18%.
Na capital goianiense, a cesta básica custou, em abril, R$ 293,27, o sétimo menor custo entre o conjunto de cidades pesquisadas pelo Dieese. Ainda de acordo com o departamento, a retração de 5,41% em relação a março foi influenciada, principalmente, pelas quedas nos preços do tomate (-26,95%), banana prata (-17,71%), feijão carioquinha (-8,26%), café (-4,18%), pão francês (-1,33%), manteiga (-0,52%) e arroz agulhinha (-0,44%).
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“Inflação é resistente e elevada”

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araujo, afirmou que a “inflação medida pelo IPCA é elevada e mostra resistências.” Na sua avaliação, contudo, ela refletiu pressões temporárias do segmento de alimentos. O caráter transitório estaria sendo comprovado por alguns indicadores, como o IPA agrícola.
Araujo, recorreu às projeções do cenário de referência do relatório de inflação de março para ressaltar que a inflação deverá subir 6,1% neste ano e 5,5% em 2015. Ele destacou que as projeções para o IPCA indicam um patamar alto, mas que a tendência é de recuo no horizonte.
“A inflação no nosso cenário permanece elevada, mas terá uma melhor composição”, destacou. “Está em curso o processo de realinhamento dos preços administrados.” Ele diz que esta categoria de preços deve subir 5% neste ano.
Fonte: Jornal O Popular

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