Produtos ficaram até 22% mais caros que em 2013, segundo levantamento da Proteste. Quem escolhe o lugar mais barato, economiza até R$ 1.154,42 no ano, mostra simulação
Goiânia é o lugar onde o consumidor mais sente o peso da inflação nas compras de supermercados em comparação com o ano passado, entre 19 cidades brasileiras que fizeram parte de uma pesquisa anual de preços feita pela Associação de Consumidores (Proteste).
O consumidor que escolher o supermercado com menor preço na capital para comprar uma cesta com marcas mais baratas consegue economizar até R$ 1.154,42 por ano.
No caso da cesta de produtos de marca, a opção pelo estabelecimento mais barato pode gerar uma economia anual de R$ 1.094,69. No site da Proteste (www.proteste.org.br), existe um simulador com os resultados da pesquisa onde o consumidor pode escolher o lugar que ofereça melhores preços, conforme seu perfil de consumo.
Foram simuladas duas cestas de compras, que equivalem a dois perfis de consumidor: uma com produtos de marcas líderes e outra de produtos sem marca, com menores preços.
simulador
O simulador mostra os estabelecimentos com os menores preços para cada situação (veja quadro), em várias regiões da cidade. Mas o consumidor ainda pode montar uma cesta com os produtos e quantidades de sua preferência e verificar onde estão os menores preços.
A cesta com 90 itens de marcas mais baratas ficou 22% mais cara que no ano passado na capital, quando os preços haviam registrado queda. E a cesta completa, com 104 itens de marcas líderes de vendas, subiu 13% em relação a 2013, quando a alta foi de 11%. Em média, o consumidor de Goiânia desembolsou R$ 396,02 na compra dos 104 produtos da cesta de produtos de marcas líderes.
Ajuda
Os pesquisadores agiram como consumidores à procura do menor preço, evitando os dias de promoções de alguns setores. O objetivo, segundo a Associação Proteste, é ajudar o consumidor a economizar, pois o brasileiro gasta um terço do orçamento doméstico nos supermercados.
Uma importante constatação da pesquisa foi a grande variação de preços entre produtos de mesma marca nos supermercados da capital, reforçando a importância da pesquisa de preços. Em Goiânia, a diferença de valores entre dois supermercados localizados numa mesma avenida da cidade (Anhanguera) chegou a 21%.
A Proteste constatou uma diferença de 194% para os preços da polpa de tomate Pomarola de 520 gramas, que custava R$ 1,63 em um local e R$ 4,79 em outro supermercado. Outro bom exemplo é o do pacote de 200 gramas do biscoito Maisena Marilan, que custava R$ 1,39 num local e R$ 3,99 em outro estabelecimento, uma diferença de 187%.
“Por isso, o ideal é que o consumidor pesquise muito antes de comprar, identifique a melhor loja da região, faça uma boa lista e leve a calculadora”, alerta a analista de Mercado da Proteste, Natália Dias.
Segundo ela, a pesquisa pode ser uma importante ferramenta neste processo porque aponta os melhores locais de venda para a maior economia possível.
Loja perto de casa é boa opção
Muita gente já aprendeu a escolher os lugares mais baratos para comprar, como a pensionista Maria das Dores Sirqueira. Moradora da região da Vila Nova, ela conta que sempre compra no supermercado apontado pela pesquisa como o mais barato de sua região, mas não deixa de comparar os preços. “Além disso, ainda escolho os dias de promoção para economizar ainda mais”, destaca Maria. Segundo ela, além do bom preço, o supermercado também agrada pelo ótimo atendimento, entrega rápida, organização e higiene.
O aposentado Geracino Silva conta que também já faz muita pesquisa antes de comprar. “Como já comprovei que aqui é mais barato, continuo comprando”, informa. Como ele gosta de fazer apenas uma grande compra mensal, ressalta a importância de pesquisar antes para economizar mais.
Mas a presidente da Federação das Donas de Casa e Consumidores de Goiás, Jacy Ribeiro de Moura, também alerta para a importância de considerar o custo com o transporte para fazer as compras.
Por isso, ela recomenda que o consumidor procure priorizar os estabelecimentos mais próximos de suas casas, nos bairros onde vive.
“Comprar num lugar longe significa gastar combustível ou passagem de ônibus, além de mais tempo, que está curto hoje”, destaca Jacy. Ela lembra que, atualmente, a maioria das donas de casa também trabalha fora, o que exige uma otimização do tempo para as compras. Jacy diz que o ideal é fazer uma boa pesquisa nos estabelecimentos próximos de casa. “Muitos grandes hipermercados têm lojas nos bairros. Mesmo os pequenos já oferecem tudo que os grandes vendem e também praticam boas promoções”, destaca a presidente da Federação das Dona de Casa.
Fonte: Jornal O Popular