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Inflação cai em agosto, mas não alivia o bolso

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10/09/2015 - 08:42

Preços dos alimentos puxaram inflação para baixo em Goiânia, mas reajustes do gás e energia ainda devem pressionar índice

No momento de colocar alguns itens no carrinho do supermercado, os consumidores goianienses sentiram uma lufada de economia no bolso no mês passado. O grupo alimentação foi o principal responsável pela queda de 0,06% da inflação em agosto em Goiânia, o índice mais baixo para o mês desde 2009. Mas o resultado está longe, e muito, de aliviar qualquer aperto no orçamento. No acumulado do ano, Goiânia registrou inflação de 8,97%, quase o dobro do mesmo período do ano passado (4,74%). E o pior, os preços vão continuar pressionando e a inflação deve fechar o ano na casa dos dois dígitos. (leia texto abaixo)

Como reflexo, as famílias passam a consumir menos, o que também fez com que, nos últimos meses, a produção industrial recuasse (veja reportagem ao lado). “Com a inflação alta, além de juros elevados e renda real menor, as pessoas passaram a consumir menos, trocar produtos, o que refletiu na demanda e na capacidade de produção”, explica o economista Marcus Antônio Teodoro Batista. “Já que a indústria também não está com toda a capacidade de produção que possui, isso também diminuiu a pressão na inflação”, analisa. “Uma coisa está ligada a outra e há um controle à força do governo sobre a inflação que leva a isso.”

Os dados do Índice de Preços do Consumidor (IPC) de agosto foram divulgados ontem pelo Instituto Mauro Borges (IMB), da Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan). Tirando os produtos de alimentação, o comportamento dos preços dos principais itens de composição da inflação foi uma espécie de morde e assopra no orçamento das famílias. Se por um lado, a tarifa de energia ficou 3,22% mais barata (por conta dos tributos), os preços do etanol e da gasolina puxaram os custos do transporte para cima.

A percepção pode ser sentida na íntegra do estudo. Dos 205 produtos e serviços pesquisados mensalmente pela Gerência de Pesquisas Sistemáticas e Especiais, 101 apresentaram elevação, 40 ficaram estáveis, enquanto 64 tiveram variação negativa no mês passado.

Embora esses itens deem um descanso para as famílias de menor renda, que ganham até cinco salários mínimos, o resultado está longe de ser comemorado. “As famílias com menor renda são beneficiadas com a queda dos preços da alimentação e energia, mas, no próximo mês, já vamos vir com registros de aumento do gás de cozinha e da energia de novo”, afirma o gerente de Pesquisas Sistemáticas e Especiais do IMB, Marcelo Eurico de Sousa.

Sazonalidade

A queda nos preços de hortifrúti , feijão e açúcar são motivados por uma maior oferta desses alimentos no mercado. A explicação para produtos como verduras e folhagem é o período de estiagem, cujo clima proporciona maior oferta e melhor qualidade. Já feijão e açúcar se destacam pelas colheitas recentes. Marcelo Eurico afirma que a cautela dos consumidores, reduzindo o volume de compras, também é um dos motivos que podem ter pressionado a queda nos preços.

Ele explica que esse é um movimento sazonal comum na região. Inclusive, diz, costuma ocorrer nos meses de junho e julho. “Os preços desses produtos estão reduzindo desde junho, mas não apareceu na composição do índice por que foram camuflados por aumentos incomuns para essa época, como o da tarifa de água e esgoto”, pontua.

“Ano deve fechar com inflação em 2 dígitos”

Não só o aumento de 15% do gás de cozinha e a elevação da tarifa de energia elétrica para os consumidores residenciais de 6,71%, a partir do próximo sábado, vão engrossar o dragão da inflação este ano. 


O gerente de Pesquisas Sistemáticas e Especiais do Instituo Mauro Borges, Marcelo Eurico de Sousa[/TEXTO], lembra que a tarifa de água vai sofrer novo reajuste, além da sinalização do governo em aumentar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), nos preços dos combustíveis, como forma de auxiliar no equilíbrio das contas do governo. “As notícias não são boas. A perspectiva é que a inflação do ano feche na casa dos dois dígitos”, calcula.


Cesta Básica 

A queda nos preços dos alimentos também fez com que o custo da cesta básica para o consumidor caísse 1,51% em agosto, quando comparado com julho. Para adquirir os 12 itens da cesta básica, o goianiense gastou R$ 287,65. No entanto, no decorrer do ano, a cesta básica já elevou 7,29%, na capital. 

Fonte: Jornal O Popular

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