Melhora nas vendas do varejo sustenta resultado de novembro, mas ainda acumula retração no ano
Brasília - A atividade econômica brasileira teve uma leve melhora em novembro, sustentada pelo bom resultado das vendas no varejo, mas ainda acumula retração no ano. O indicador mensal de atividade do Banco Central, o IBC-Br, subiu 0,04% em novembro em relação a outubro, descontados efeitos sazonais, como número de dias úteis.
Em outubro, o indicador apontou uma queda de 0,3% na atividade econômica. De janeiro a novembro, o índice registra queda de 0,12% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo divulgou ontem o BC.
A atividade produtiva no Nordeste e no Centro-Oeste ajudou o IBC-Br a registrar elevação de 0,04%. Segundo a instituição, no Nordeste, o indicador passou de 158,48 para 158,70 pontos de outubro para novembro, o que representa uma alta de 0,14%. No Centro-Oeste, o IBC-Br subiu de 148,07 para 148,15 pontos, uma elevação de 0,05%. Já no Sul, o índice avançou de 148,27 para 148,29 pontos no período, apresentando estabilidade na margem (+0,01%). O indicador geral passou de 146,75 para 146,81 pontos de um mês para o outro.
Fragilidade
Apesar de ter vindo acima da estimativa média do mercado, que era de queda, o resultado de novembro deixa clara a fragilidade da economia brasileira e aponta para um quarto trimestre de queda no PIB, segundo o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito. O que evitou um resultado pior em novembro foi o bom desempenho do comércio, com um crescimento de 0,9% nas vendas.
Mas o ritmo aquecido do varejo não foi suficiente para tirar a economia brasileira do trilho da estagnação. A queda de 0,7% na produção industrial (um dos principais componentes do índice) pesou no resultado fraco.
Para Perfeito, a balança comercial, que teve em 2014 um deficit de US$ 3,9 bilhões, e o resultado pífio na criação de vagas confirmam a tendência de um 2014 com crescimento próximo a zero.
Previsões
O Ministério da Fazenda estima que a economia tenha crescido 0,2% no ano passado, em decorrência, entre outros motivos, da crise global e da menor confiança de empresários e consumidores.
Para 2015, o mercado aposta numa elevação de 0,4% do PIB, como mostra a mais recente pesquisa semanal com economistas de mercado conduzida pelo Banco Central.
Mas cresce entre economistas a avaliação de que a atividade econômica não crescerá em 2015, com grandes riscos de retração.
Para eles, as medidas que vêm sendo tomadas pelo governo para colocar as contas públicas em ordem e recuperar a credibilidade do mercado (como aumento de juros, controle de gastos e restrição do crédito) podem aprofundar a desaceleração econômica.
Fonte: Jornal O Popular