Ministro disse que o governo precisa ter responsabilidade fiscal. Desde 96, defasagem é de 64,3%
Brasília - O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, afirmou ontem que a necessidade de se ter responsabilidade fiscal levou o governo a definir em 4,5% o reajuste da tabela de Imposto de Renda para 2015.
Mercadante indicou que o governo não tem condições de promover um aumento de 6,5%, índice aprovado pelo Congresso, mas que acabou sendo vetado pela presidente Dilma Rousseff. Com o apoio de parte da base governista no Congresso, a oposição ameça derrubar o veto de Dilma.
“A presidenta Dilma expressou durante toda a campanha eleitoral o compromisso de um reajuste de 4,5%. Por que 4,5%? Isso tem um impacto em torno de mais de R$ 4 bilhões no Orçamento, e vivemos um momento em que o país desonerou muitos impostos”, disse Mercadante após a sessão de inauguração dos trabalhos do Congresso Nacional.
“Precisamos ter responsabilidade fiscal. O reajuste possível na tabela do IR é 4,5%. Foi o que o governo apresentou no passado e é o compromisso que o governo tem com os assalariados brasileiros.”
O veto de Dilma ocorreu após seu governo anunciar um pacote de elevação de tributos. O índice de 6,5% aprovado pelo Congresso é mais compatível com a inflação do ano passado, de 6,41%. Após o veto, o governo disse que editaria nova medida provisória restabelecendo correção próxima a 4,5%.
Não há ainda data prevista para que o Congresso vote o veto de Dilma. Para derrubá-lo, é necessários o voto de mais da metade dos deputados federais e dos senadores.
Defasagem
Um estudo do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal mostra que a defasagem da tabela do Imposto de Renda acumulada desde 1996 é de mais de 64%. Ano após ano, mais contribuintes entraram na lista de quem paga Imposto de Renda ou passaram a recolher mais imposto.
“A não correção da tabela do imposto de renda é uma das maiores injustiças tributárias que nós temos hoje no nosso País. A população tem sido cada vez mais chamada a suportar o peso do Estado brasileiro e isso se dá de uma forma bem clara na questão da tabela do Imposto de Renda”, afirma o presidente do Sindifisco, Cláudio Damasceno.
Fonte: Jornal O Popular