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Governo muda previsão da balança e admite que país terá déficit em 2014

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02/12/2014 - 09:39

Resultado negativo de US$ 2,350 bilhões em novembro foi pior em 20 anos.
Desde 2000, não há registro de déficit da balança para um ano fechado.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mudou sua estimativa de superávit da balança comercial em 2014 para resultado negativo (déficit). A informação foi  confirmada pelo diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação da pasta, Roberto Dantas, em coletiva concedida nesta segunda-feira (01).

É a primeira vez que o governo admite que a balança pode fechar com déficit em 2014. O motivo da revisão foi o déficit de US$ 2,350 bilhões da balança em novembro, o pior resultado para o mês nos últimos 20 anos. O Brasil exportou US$ 15,6 bilhões no mês passado, uma redução de 25%, pela média, ante o mesmo mês do ano passado.

Até então, o pior resultado para meses de novembro havia sido registrado em 1997 – quando houve déficit comercial de US$ 1,28 bilhão. Em novembro do ano passado, as exportações superaram as importações, resultando em superávit comercial, em US$ 1,73 bilhão.

“O resultado de novembro, conforme dito antes, seria um divisor de águas. Diante deste resultado, o Ministério revisou a sua previsão de um pequeno superávit para uma perspectiva de déficit para o encerramento de 2014”, disse Dantas.

Até o início de novembro, o governo trabalhava com a expectativa de superávit em todo o ano de 2014. Pela série histórica do Ministério do Desenvolvimento, não é registrado um déficit na balança comercial brasileira, para um ano fechado, desde 2000 – quando as importações superaram as compras exterior em US$ 731 milhões.

Exportações e importações em novembro
Em novembro, as vendas para o exterior somaram US$ 15,64 bilhões e, com isso, despencaram 25% sobre novembro de 2013. Todas as categorias de produtos tiveram retração de exportações nessa comparação. As vendas de produtos básicos recuaram 25%; os manufaturados registraram queda de 31,7%; e as exportações de semimanufaturados caíram 6,2%.

Ao mesmo tempo, as importações somaram US$ 17,99 bilhões em novembro, com queda de 5,9% sobre o mesmo mês de 2013. Nesta comparação, caíram os gastos de bens de consumo (-9,3%), de matérias-primas e intermediários (-8,3%) e de bens de capital, que são as máquinas e equipamentos para produção (-8,1%). Ao mesmo tempo, cresceram as importações de combustíveis e lubrificantes (+9,8%).

Acumulado do ano também está no vermelho
No onze primeiros meses deste ano, informou o governo, foi contabilizado um déficit de US$ 4,22 bilhões na balança comercial brasileira. Com isso, o saldo deste ano teve piora frente ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado um déficit (importações maiores do que exportações) de US$ 268 milhões.

Diante deste resultado, o Ministério revisou a sua previsão de um pequeno superávit para uma perspectiva de déficit para o encerramento de 2014”

Roberto Dantas

Também foi o pior resultado, para o período de janeiro a novembro, desde 1998 – quando foi registrado um déficit comercial de US$ 6,11 bilhões. No acumulado de 2014, as exportações somaram US$ 207,61 bilhões, com média diária de US$ 898 milhões (queda de 5,7% sobre o mesmo período do ano passado). As importações, por sua vez, totalizaram US$ 211,83 bilhões, ou US$ 917 milhões por dia útil, uma queda de 3,9% em relação ao mesmo período de 2013.

Com o fraco resultado da balança comercial no acumulado deste ano, fica muito difícil a confirmação da expectativa do governo federal de que haja superávit em todo ano de 2014. Essa previsão foi divulgada, novamente, pelo secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Daniel Godinho, no início de novembro.

Pela série histórica do Ministério do Desenvolvimento, não é registrado um déficit na balança comercial brasileira, para um ano fechado, desde 2000 - quando as importações superaram as compras exterior em US$ 731 milhões.

Resultado de 2013 e previsões para este ano
Em 2013, a balança comercial brasileira teve superávit de US$ 2,56 bilhões, o pior resultado para um ano fechado desde 2000, quando houve déficit de US$ 731 milhões.

De acordo com o governo, a piora do resultado comercial do ano passado aconteceu, principalmente, por conta do serviço de manutenção de plataformas de petróleo no Brasil, que resultou na queda da produção ao longo de 2013, e pelo aumento da importação de combustíveis para atender à demanda da economia brasileira.

A expectativa do mercado financeiro para este ano, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada, é de piora do saldo comercial. A previsão dos analistas dos bancos é de um saldo zero nas transações comerciais do país com o exterior.

Já o BC prevê um superávit da balança comercial de US$ 3 bilhões para 2014, com exportações em US$ 240 bilhões e compras do exterior no valor de US$ 237 bilhões.

Novo ministro destacou competitividade
Nesta segunda, o ministro indicado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, declarou que a promoção da competitividade na economia é o "desafio central" para avançar em uma "economia mundial cada vez mais integrada" e avaliou que a indústria tem um papel decisivo no crescimento do país.

"O desafio central é promover a competitividade. O que signica reduzir custos sistêmicos e elevar a produtividade. A agenda da competitividade envolve várias áreas dentro do governo e demanda intensa articulação e coordenação. É papel primordial do Ministério do Desenvolvimento realizar essa tarefa. E colocar o tema da competitividade no centro da agenda política do país", acrescentou.

Fonte: G1

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