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Fundações e pessoas físicas concentram demanda local

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16/10/2013 - 09:28

O cenário de maior incerteza sobre as taxas de juros globais afetou de maneiras distintas a demanda dos investidores por títulos de dívida de empresas, como debêntures, no mercado local. A procura tem se concentrado em fundos de pensão e em pessoas físicas, que contam com isenção de imposto de renda no investimento em títulos destinados a financiar projetos de infraestrutura. Já os gestores de fundos de investimento, principais investidores de debêntures, têm sido mais seletivos.

Nas últimas três semanas, ocorreram pouco mais de R$ 3 bilhões em captações, e pelo menos mais R$ 4,5 bilhões estão na fila. "A demanda voltou, mas não nas mesmas condições dos primeiros meses do ano", afirma o chefe de mercados de capitais e renda fixa do BTG Pactual, Daniel Vaz.

Empresas como a distribuidora de gás Comgás e a concessionária de rodovias Autoban, controlada pela CCR, que emitiram debêntures de infraestrutura, conseguiram captar na mesma taxa dos títulos públicos. Ou seja, o único ganho do investidor em relação aos papéis do governo virá da isenção de IR.

Embora o benefício fiscal se estenda aos investidores estrangeiros, os esforços de venda das emissões de infraestrutura foram concentrados no país. A avaliação de bancos de investimento é que as debêntures perderam o apelo para o estrangeiro em razão da volatilidade cambial e da concorrência com os títulos públicos, que voltaram a ter isenção do imposto sobre operações financeiras (IOF). A única oferta apresentada no exterior foi a da Raízen Energia, que apesar de não atrair investidores de fora não teve problemas para fechar uma captação de R$ 750 milhões.

Nas debêntures tradicionais, a procura do investidor tem sido apenas moderada, e concentrada nas séries que pagam remuneração corrigida pelo IPCA, graças à demanda das fundações. Foi o caso da emissão da BR Towers, empresa de torres de telecomunicações da GP Investimentos, que na semana passada fechou uma captação de R$ 300 milhões em debêntures pagando uma taxa de juros equivalente à inflação medida pelo IPCA mais 7,4% ao ano, pouco abaixo do teto proposto pela companhia, que era de IPCA mais 7,55% ao ano.

Já as ofertas corrigidas pela taxa interfinanceira (CDI) têm encontrado mais resistência das gestoras de fundos, principais investidores dos papéis. A rede de laboratórios de medicina diagnóstica Dasa não conseguiu demanda para a totalidade de uma oferta de R$ 450 milhões em debêntures, com vencimento em cinco anos, segundo fontes de mercado. Com isso, parte dos papéis, que remuneram o investidor a CDI mais 1,15% ao ano, ficou com os bancos coordenadores da operação, que concederam garantia firme à companhia.

A principal razão apontada pelos gestores é preço, ou seja, eles demandam uma taxa maior das empresas para investir nos papéis. Embora a qualidade das emissões que vêm a mercado de um modo geral seja boa, a diferença entre a remuneração oferecida pelos títulos privados em relação aos papéis do governo ainda é baixa, justifica o executivo de uma gestora de fundos de um grande banco. "O spread de crédito no Brasil ainda precisa passar por um ajuste", afirma. (TM e VP)

Fonte: Valor


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