Brasília - Em uma nova rodada de pessimismo sobre a economia, o mercado financeiro reduziu mais uma vez a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e aumentou a expectativa de alta da inflação. A avaliação de analistas é de que a desaceleração da economia não tem conseguido esfriar a elevação dos preços.
O mercado elevou ontem a expectativa de inflação para mais próximo do limite de tolerância, a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 6,46% para 6,48%. Ao mesmo tempo, segundo o boletim Focus, pesquisa na qual o BC reúne as percepções dos economistas, a projeção para o crescimento do País caiu de 1,07% para 1,05%. Foi a sétima correção seguida para pior.
Analistas alertam que o Brasil vive um cenário semelhante ao de estagflação, fenômeno que reúne baixa expansão da atividade e preços em alta. Para o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, Jankiel Santos, pelo menos três fatores podem ser listados como responsáveis por uma inflação elevada, mesmo com um PIB tão fraco. Na visão dele, as expectativas tem sido alimentadas por três fatores: preços administrados represados e que precisarão ser recompostos em algum momento; mercado de trabalho favorável e com ganhos salariais elevados; e preços livres em desaceleração, mas aquém do necessário para uma inflação mais próxima do centro da meta, de 4,5%.
Fonte: Jornal O Popular