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Dólar tem maior alta em quase 3 anos com aversão a risco no exterior

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16/10/2014 - 08:58

SÃO PAULO  -  A preocupação com a desaceleração da economia mundial levou a uma redução global de exposição a risco. No mercado local, esse movimento foi intensificado pela incerteza com o cenário eleitoral, com o real liderando hoje as perdas frente às moedas emergentes. Os investidores aguardam a divulgação de novas pesquisas eleitorais do Ibope e Datafolha previstas para hoje à noite. 

O dólar comercial fechou em alta de 2,44%, cotado a R$ 2,4588, maior alta em termos percentuais desde 23 de novembro de 2011. Já o contrato futuro para novembro avançava 2,55% para R$ 2,47.

Depois de recuar da máxima de R$ 2,4634, o dólar voltou a ganhar força no fim do pregão após entrevista à Reuters do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, nome escolhido pelo candidato Aécio Neves para o Ministério da Fazenda no caso do tucano vencer as eleições, dizendo que não é a favor da continuidade do programa de intervenção no câmbio.

A notícia teria intensificado a demanda pela moeda americana, em um cenário de aversão a risco, levando a um movimento de “stop loss” (limite de perda”) no mercado de câmbio.

Lá fora, os dados econômicos mais fracos na Europa e o aumento do risco político na Grécia aumentaram a preocupação com a recuperação da zona do euro, que poderia afetar o já baixo crescimento da economia global e reduzir o ritmo da atividade econômica americana. Esse cenário tem levado a uma redução da exposição a risco, com aumento da demanda por moedas consideradas porto seguro como o franco suíço e o iene, que subiam mais de 1% hoje. Já em relação às moedas emergentes, o dólar subia 0,79% frente ao rand sul-africano, 0,14% diante da lira turca e 1,04% em relação ao peso mexicano.

A publicação do Livro Bege e declarações dos membros do Federal Reserve sinalizaram que os membros da autoridade monetária americana continuam confiantes com a economia nos Estados Unidos, embora o ritmo moderado de recuperação contribua cada vez mais para afastar o temor de uma antecipação da alta de juros nos EUA. “Antes a preocupação dos mercados era com uma antecipação da alta da taxa de juros nos EUA, mas os membros do Fed têm se mostrado mais cautelosos com a maior probabilidade da normalização da política monetária acontecer em meados de 2015 (previsão inicial do Fed) ou até ser postergada”, afirma Luciano Rostagno , estrategista-chefe do Banco Mizuho Brasil, lembrando que o risco de deflação na Europa está aumentando.

Segundo o economista para a América Latina do Standard Chartered Bank, Italo Lombardi, os mercados passam hoje por um movimento generalizado de aversão a risco, após a divulgação de dados econômicos fracos nos Estados Unidos e na Europa. E no Brasil, em função da maior incerteza com o cenário eleitoral, esse movimento acaba sendo intensificado. “Apesar de ser um mercado mais atraente, por conta da alta taxa de juros, os estrangeiros acabam diminuindo mais a posição em Brasil comparado a outros mercados emergentes em função do risco da volatilidade do câmbio com a eleição”, afirma Lombardi.

De acordo com dados da BM&F, o índice FX Vol - que mensura a volatilidade implícita nos contratos de opções de dólar de 21 dias úteis negociadas na bolsa - estava no dia 13, último dado disponível, para 24,068% ao ano, maior patamar desde 25 de novembro de 2011, quando atingiu 26,29%. Na prática, isso indica que o mercado projeta uma oscilação nessa magnitude para o dólar ao fim de um período de 12 meses.

Os investidores aguardam a divulgação de novas pesquisas eleitorais do Ibope e Datafolha previstas para hoje à noite. Segundo Lombardi, a piora do cenário internacional aumenta o risco de “overshooting” da taxa de câmbio com uma possível vitória da presidente Dilma Rousseff. 

Profissionais do mercado comentam que a intensa demanda por dólares hoje decorre em boa parte da percepção de que a corrida presidencial pode ser mais acirrada para a oposição do que o esperado. Desde os resultados do primeiro turno das eleições - quando o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, mostrou uma arrancada surpreendente que o colocou junto à presidente Dilma Rousseff (PT) no segundo turno -, o mercado vem colocando mais fichas numa vitória do tucano, visto como um perfil mais pró-mercado.

O Banco Central seguiu com as atuações já programas no mercado de câmbio e realizou os leilões de rolagem de swaps cambiais e do programa de intervenção.

Atualmente, o estoque do BC nesses instrumentos cambiais soma US$ 99,4 bilhões, cerca de 26% das reservas.

 

Fonte: Valor Econômico

 

 

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