SÃO PAULO - A continuidade das discussões sobre o limite de endividamento dos Estados Unidos e a incerteza sobre a manutenção do programa de intervenções diárias no câmbio pelo Banco Central mantêm os investidores com uma postura mais conservadora. Diante desse cenário, o dólar comercial fechou em ligeira alta de 0,09% a R$ 2,18. O contrato futuro recuava 0,11% para R$ 2,189.
A esperança de que um acordo seja alcançado até quinta-feira, quando o teto da dívida americana será alcançado e o país não poderá mais tomar empréstimos, levou a moeda americana a se fortalecer frente às principais divisas. O Dollar Index, que acompanha o desempenho da divisa americana em relação a uma cesta com as moedas mais fortes, subia 0,26%.
À tarde, no entanto, as negociações no Senado americano para acabar com a crise fiscal nos Estados Unidos foram suspensas até que a Câmara dos Representantes acerte um plano de aprovação do orçamento e de elevação do teto da dívida. O impasse sobre a aprovação do orçamento americano para 2014 levou à paralisação do serviço público, que já se estende pela terceira semana.
No Brasil, as incertezas em relação à continuidade do programa de intervenção diária do Banco Central no câmbio e a possibilidade de não rolagem dos US$ 8,7 bilhões que vencem no início de novembro também contribuíam para o movimento de alta da moeda americana. Notícia publicada hoje no jornal Folha de S. Paulo citando um assessor da presidente Dilma afirma que o BC não permitirá uma queda acentuada do dólar, o que poderia prejudicar principalmente o setor exportador, da mesma forma como não permitiu uma alta exagerada, no final de agosto.
Para os analistas do mercado, ainda é cedo para o BC desmontar o programa de intervenção diária ou mesmo para começar a não rolar os contratos de swap que estão vencendo uma vez que o cenário ainda é de incerteza frente ao impasse fiscal nos EUA. Os analistas afirmam que o BC estaria esperando a definição do impasse nos Estados Unidos para sinalizar se rolará ou não os contratos que vencem em novembro.
(Silvia Rosa | Valor)
Fonte: Valor