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Dólar segue tensão externa com a Ucrânia e fecha em alta

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14/03/2014 - 09:57

SÃO PAULO  -  Depois de operar em baixa pela manhã, o dólar passou a subir no período da tarde fechando em alta frente ao real, refletindo o fortalecimento da divisa americana no exterior diante das preocupações com a crise na Ucrânia. No mercado local, os investidores seguem atentos às reuniões da agência Standard & Poors com a equipe econômica do governo e ao anúncio de medidas para o setor elétrico.

O dólar comercial subiu 0,21% encerrando a R$ 2,3640. Já o contrato futuro para abril avançava 0,23% para R$ 2,374. 

O euro e as moedas emergentes zeraram os ganhos em meio a comentários do secretário de Estado americano, John Kerry, que afirmou que Estados Unidos e União Europeia responderão na segunda-feira com uma série de ações importantes contra a Rússia caso não cheguem a um acordo sobre a Crimeia. Está prevista a realização de um referendo neste domingo para decidir se a região pode se separar do restante da Ucrânia e passar a fazer parte da Rússia. Os militares russos estão intensificando a presença militar na área próxima à Ucrânia.

Ainda no cenário externo, a divulgação de dados mais fortes da economia americana colaborou para reduzir o apetite por ativos de riscos. Os novos pedidos de seguro-desemprego recuaram em nove mil para 315 mil na semana passada, uma queda acima da expectativa do mercado que esperava um recuo para 330 mil pedidos. As vendas no varejo em fevereiro também mostraram um aumento de 0,3% em relação ao mês anterior, acima da previsão dos analistas que esperavam uma alta de 0,2%.

No mercado interno, a alta do dólar é limitada pelo fluxo positivo de recursos diante da retomada d as captações de empresas brasileiras no exterior. Depois da Petrobras e do banco Daycoval realizarem emissão de bônus esta semana, hoje o frigorífico Marfrig fechou a captação de US$ 275 milhões.

“A expectativa de fluxos de novas emissões de bônus, com as empresas aproveitando a janela do mercado para aumentar o caixa, está segurando a alta do dólar no curto prazo”, afirma Jayro Rezende, gerente de derivativos cambiais da CGD Investimentos. Para Rezende,  a cotação da moeda americana não deve ficar nesse nível por muito tempo. “Se começarem a vir dados mais fortes da economia americana, o dólar muda de patamar rapidamente”, completa.

O executivo da CGD vê um cenário de desvalorização do real diante de riscos vindos do cenário externo, com o aumento da preocupação em relação ao crescimento da China, após a divulgação de dados econômicos mais fracos, e das incertezas em relação à crise na Ucrânia.

No mercado interno, os investidores também seguem atentos à reunião da Standard & Poors com a equipe econômica do governo brasileiro e ao anúncio em relação ao financiamento do aumento do custo de energia para as distribuidoras. Hoje o ministro da fazenda, Guido Mantega, fará um pronunciamento às 17h30 para anunciar medidas relacionadas ao setor elétrico.

Do lado fiscal, um grupo de trabalho da S&P no Brasil, liderado pela economista Lisa Schineller, principal responsável da agência para o país, está em reuniões hoje com membros da equipe econômica. A expectativa é que o governo esteja reforçando junto à agência a boa recepção do mercado à divulgação das metas fiscais no mês passado e o comprometimento em alcançar o superávit primário de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

Em junho de 2013, a S&P rebaixou a perspectiva para o “rating” do Brasil de “estável” para “negativa”, citando o fraco crescimento econômico e a política fiscal expansionista. 

Para o gestor de câmbio do Brasil Plural, Rony Gielman, a probabilidade de um rebaixamento do rating brasileiro refletida no preço dos ativos hoje é bem menor , principalmente depois do anúncio das metas fiscais, destacando que o CDS (Credit Default Swap) - que mede o risco de calote da dívida soberana dos países — do Brasil

recuou para abaixo de 200 pontos-base. “O mercado deu um voto de confiança pelo fato de o governo reconhecer certas dificuldades e sinalizar que não fará mais o uso de manobras fiscais para atingir a meta de superávit”, diz destacando que  uma reavaliação do rating soberano do Brasil deve ficar para depois das eleições.

Hoje o BC manteve as intervenções no câmbio e fez a rolagem de mais 10 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão, postergando o vencimento de mais US$ 492,1 milhões nesses papéis. Com o leilão de hoje, o BC reduziu a US$ 8,178 bilhões o montante em swaps que ainda pode vencer em abril. O lote total é de US$ 10,148 bilhões.

Mais cedo, a autoridade monetária vendeu todos os quatro mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão, em operação que funcionou como uma injeção de US$ 197,9 milhões no mercado futuro. A liquidação está marcada para amanhã, sexta-feira, dia 14.

Fonte: Valor


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