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Dólar fecha em queda com redução da tensão na Ucrânia

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18/03/2014 - 09:56

SÃO PAULO  -  Diante do impacto limitado das sanções impostas à Crimeia e à Rússia, após o referendo realizado ontem ter mostrado o apoio da população à separação da região da Ucrânia, o dólar hoje caiu frente às principais moedas emergentes. No mercado local, a queda da moeda americana frente ao real foi limitada pelas dúvidas em relação à capacidade do governo em cumprir a meta fiscal após o anúncio do pacote destinado ao setor de energia na semana passada. Além disso, o mercado questiona se o Banco Central  fará a rolagem integral do lote de US$ 10,148 bilhões em contratos de swap cambial que vence no início de abril. 

O dólar comercial fechou em ligeira queda de 0,04% a R$ 2,35 em dia de pregão volátil. A moeda americana chegou a operar a R$ 2,3580 na máxima do dia, depois de ter alcançado a mínima de R$ 2,3430. Já o contrato futuro para abril avançava 0,06% para R$ 2,359.

Os investidores adotaram uma postura de cautela ainda digerindo os riscos de um possível agravamento da crise política na Ucrânia.

Um dia depois do referendo na Crimeia mostrar que mais de 95% da população apoiam a separação da região da Ucrânia e sua união com a Rússia, os mercados reagiram positivamente ao fato de a ação não ter envolvido conflito militar e de as sanções anunciadas até o momento por parte dos Estados Unidos e da União Europeia terem impacto limitado. O Dollar Index, que acompanha o desempenho da divisa americana frente a uma cesta de moedas, recuava 0,03%. A moeda americana caía 0,62% frente ao dólar australiano, 0,31% frente ao peso mexicano e 0,20% em relação ao peso chileno.

Os Estados Unidos e a União Europeia veem a votação como anticonstitucional e anunciaram medidas de retaliação que incluem o congelamento de ativos e a suspensão de vistos para autoridades russas e líderes da Crimeia.  “Os mercados hoje operam mais voláteis com os investidores entendendo que ainda vai demorar algum tempo para se chegar a uma solução para o conflito, e que os EUA e a União Europeia não vão adotar sanções imediatas à Rússia, devendo buscar uma solução diplomática para o caso”, afirma Sidnei Nehme, diretor de câmbio da corretora NGO. 

No mercado interno, a queda do dólar foi limitada pela dúvida dos investidores em relação à capacidade do governo em cumprir a meta de superávit primário para 2014, de 1,9% do PIB, após o anúncio do pacote destinado ao setor de energia. Para os analistas, o anúncio deixou em aberto o tamanho do impacto do repasse do aumento do custo da energia para os consumidores, algo que deverá ocorrer apenas em 2015.

Além disso, com o dólar no patamar de R$ 2,35, alguns analistas apostam que o Banco Central não fará a rolagem integral dos contratos de swap cambial com vencimento previsto para o início de abril. Se mantiver o ritmo de renovação de US$ 500 milhões por dia, o BC rolará apenas US$ 8 bilhões do lote de US$ 10,148 bilhões a vencer em abril. Segundo analistas, a autoridade monetária não deve anunciar nenhuma mudança nos leilões de rolagem pelo menos até a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês)  marcada para 18 e 19 de março.

A autoridade monetária fez a rolagem de mais 10 mil contratos de swap cambial tradicional hoje, que somou US$ 492,1 milhões. Com isso ainda restam US$ 7,148 bilhões em contratos a serem renovados. Seguindo o cronograma do programa de intervenção diária no mercado de câmbio, o BC vendeu hoje todos os quatro mil contratos de swap ofertados, em operação que funcionou como uma injeção de US$ 198,3 milhões no mercado futuro.

Para Nehme, da NGO, o BC não deve fazer a rolagem integral do lote swaps se o dólar continuar nos níveis atuais de R$ 2,35. “O BC tem interesse em uma taxa de câmbio mais desvalorizada, que poderá ajudar a atrair o ingresso de capital estrangeiro para o país”, afirma Nehme.

O ingresso de capitais para portfólio tem ajudado a cobrir o déficit em conta corrente, que está  3,67% do PIB, no acumulado dos últimos 12 meses até janeiro.

Analistas destacam, no entanto, que o BC não tem muito espaço para permitir uma desvalorização muito acentuada do câmbio em um cenário da inflação ainda pressionada, mais próxima do teto que do centro da meta, de 4,5%.

Fonte: Valor


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