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Dólar fecha em queda com melhora da percepção sobre o Brasil

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26/02/2014 - 10:49

A melhora da percepção de risco em relação ao Brasil, após o anúncio da meta fiscal para 2014, e o enfraquecimento do dólar frente às moedas emergentes nos últimos dias, diante de um cenário de menor aversão a ativos de risco, mudaram o cenário no mercado de câmbio no curto prazo, com o movimento vendedor de dólar prevalecendo desde a última semana. Para os analistas, no entanto, ainda é cedo para dizer que há uma recuperação consistente do humor com Brasil.

SÃO PAULO  -  Hoje o dólar comercial fechou em queda de 0,26% a R$ 2,3410. Com isso, o dólar marcou o quinto pregão consecutivo de queda, acumulando uma desvalorização de 2,34% no período. Já o contrato futuro para março recuava 0,06% para R$ 2,344.

Depois de bater a mínima de R$ 2,3310, o dólar reduziu a queda no fim da tarde, diante de um movimento de saída de recursos. As entradas, contudo, continuam prevalecendo nos últimos dias, levando o dólar para o patamar abaixo de R$ 2,35. 

A perspectiva de fluxo positivo e menor preocupação em relação à normalização da política monetária nos Estados Unidos, que tem mantido as taxas dos títulos dos Treasuries comportadas, têm contribuído para um movimento de redução das posições em dólar. Desde o dia 20, quando foi anunciada a meta fiscal, os investidores estrangeiros e institucionais locais reduziram a posição líquida comprada em dólar na BM&F em US$ 2,296 bilhões até ontem. “Houve uma melhora da percepção dos investidores locais em relação ao Brasil, que estavam mais céticos que os estrangeiros”, afirma Marc o Freire, diretor de renda fixa da Franklin Templeton.

“O mercado virou a mão e está mais vendedor após o governo ter demonstrado um compromisso em reduzir a dívida pública”, afirma o executivo de uma tesouraria de um banco nacional. Ele vê contudo, o patamar de R$ 2,30 como uma queda exagera que tende a ser corrigida no médio prazo, levando os investidores a voltarem a comprar dólar.

A melhora da percepção de risco em relação ao Brasil fez com que o real se diferenciasse de seus pares emergentes, principalmente das moedas dos países que fazem parte do grupo que vem sendo chamado de os “cinco frágeis”, que apresentam maior vulnerabilidade das contas externas, e que incluem Turquia, Índia, Indonésia, África do Sul e Brasil.

Enquanto os problemas políticos na Turquia têm pesado sobre a lira turca, que acumula uma desvalorização de 2,76% no ano, o real sobe 0,68% no período, apresentando o segundo melhor desempenho entre esse grupo de moedas, só atrás da rupia da Indonésia.

O anúncio de uma meta de superávit primário coerente com a queda da dívida pública bruta mostrou um esforço do governo brasileiro em recuperar a credibilidade da política fiscal e tentar evitar um rebaixamento do “rating” soberano brasileiro. Para Freire, da Franklin Templeton, o governo ganha com isso mais tempo para mostrar uma melhora nos dados fiscais e para as agências de classificação de risco avaliarem os resultados.

Para o executivo, essa trégua em relação aos mercados emergentes, no entanto, é temporária. “Ainda devemos ver momentos de volatilidade nos emergentes. Países, como o Brasil, que acumularam grande estoque de crédito agora estão passando por um ajuste e isso deve refletir no crescimento”, afirma Freire, que vê o momento de queda do dólar como uma oportunidade de compra da moeda americana.

Os analistas ainda destacam que uma desaceleração do ritmo de aperto da taxa Selic ainda não está completamente refletida no câmbio e se o Banco Central optar por uma alta de 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) poderá haver uma pequena recuperação do dólar frente ao real. 

O Banco Central completou hoje a rolagem do lote de mais de quase US$ 7,4 bilhões em swaps cambiais tradicionais com vencimento em março ao postergar nesta terça-feira a expiração de 11.050 contratos. A operação movimentou o equivalente a US$ 546,2 milhões e será liquidada no próximo dia 5.

O próximo vencimento de swaps está marcado para 1º de abril, de US$ 10,148 bilhões nesses papéis. Esse lote é o maior do BC e responde a 12% da posição total da autoridade monetária junto ao mercado via swaps, que soma US$ 83,202 bilhões.

O BC vendeu ainda todos os quatro mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão nesta terça-feira, movimentando o equivalente a US$ 197,4 milhões. A colocação ficou restrita ao vencimento 1º de dezembro e terá liquidação amanhã.

(Silvia Rosa | Valor)

Fonte: Valor


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