Juros mais altos atrairiam investimentos para os países.
A moeda norte-americana fechou cotada a R$ 3,1147, em alta de 0,44%.
Após passar a manhã em queda, o dólar inverteu sua tendência e passou a operar em alta nesta quarta-feira (10). Investidores seguem atentos a pistas sobre aumento de juros no Brasil e nos Estados Unidos, pois uma alta nas taxas tende a atrair capital para os países e influencia na valorização ou desvalorização da moeda norte-americana em relação ao real.
A moeda norte-americana fechou cotada a R$ 3,1147, em alta de 0,44%. Veja cotação. Na mínima do dia, a divisa chegou a cair mais de 1%, a R$ 3,0615.
Na semana, a moeda acumula queda de 1,14% e no mês, de 2,28%. No ano, há valorização de 17,15%.
Antes, o dólar teve dois dias seguidos de queda, e começou os negócios desta quarta em baixa.
"O recuo dos últimos dias foi muito intenso e abriu uma oportunidade para compras de dólares", resumiu à Reuters o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.
Pela manhã, o economista da empresa de análise financeira 4Cast Pedro Tuesta já havia advertido sobre possíveis exageros no recuo do dólar em relação a moedas emergentes nesta sessão.
"Meu medo é que haja uma reversão muito grande da próxima vez em que virmos dados positivos nos EUA", afirmou à Reuters, ressaltando que os atuais níveis do câmbio não são consistentes com uma alta de juros nos EUA em setembro.
Sinais de recuperação da economia dos EUA podem impulsionar a taxa de juros do país, o que tornaria os investimentos mais atrativos e estimularia uma alta do dólar. O mercado reage a expectativas de que os juros norte-americanos podem subir em setembro, após números mais fortes que o esperado sobre o mercado de trabalho no país.
No Brasil
No cenário interno, investidores monitoravam a perspectiva de mais altas de juros pelo Banco Central brasileiro, que podem atrair recursos externos para a economia brasileira. Essa aposta ganhou mais força nesta manhã, após o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subir em maio mais do que estimativas. A inflação oficial do país, calculada pelo IPCA, ficou em 0,74% em maio, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu subir os juros básicos da economia de 13,25% para 13,75% ao ano, um novo aumento de 0,50 ponto percentual.
A curva de juros futuros apontava chances majoritárias de mais duas elevações na taxa básica Selic, de 0,50 e de 0,25 ponto percentual, mas alguns investidores já apostavam em dois aumentos de 0,50 ponto percentual, segundo a Reuters. "Nenhum outro país da classe de risco do Brasil paga tantos rendimentos. É muito atraente para estrangeiros investir aqui", disse à agência o operador de um banco nacional.
Nesta manhã, o BC deu continuidade ao seu programa de interferência no câmbio e vendeu a oferta total de swaps para rolagem dos contratos que vencem em julho. O BC já rolou o equivalente a US$ 2,393 bilhões, ou cerca de 27%, que corresponde a US$ 8,742 bilhões.
Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,29%, aos R$ 3,101.
Fonte: G1