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Dólar encerra março com maior queda mensal desde setembro de 2013

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01/04/2014 - 09:09

SÃO PAULO  -  O dólar fechou o último pregão do mês em alta frente ao real, em dia de correção técnica depois da queda de 2,88% da moeda americana na semana passada. O fato de o Banco Central não ter feito a rolagem integral do lote de US$ 10,148 bilhões em contratos de swap cambial, que tinha vencimento previsto para 1º de abril, também contribuiu para sustentar a valorização do dólar no mercado local, descolando do movimento no exterior.

O dólar comercial subiu 0,44%, encerrando a R$ 2,2690, menor patamar desde 4 de novembro. Com isso, a moeda americana acumula desvalorização de 3,24% em março, a maior queda mensal desde setembro, quando caiu 7,09%.

No mercado futuro, o contrato para abril caía 0,04% para R$ 2,262, enquanto o contrato para maio operava em alta de 0,35% a R$ 2,286.

A moeda americana chegou operar a R$ 2,2520 na mínima do dia, diante da disputa pelo fechamento da taxa Ptax que será utilizada para a liquidação dos contratos de derivativos cambiais que vencem no fim do mês e encerra o trimestre. Passado o fechamento da Ptax, no entanto, a moeda americana voltou a ganhar força frente ao real.

Com o dólar abaixo de R$ 2,30, o BC deixou de rolar US$ 2,648 bilhões do lote de US$ 10,148 bilhões em contratos de swap cambial que tinha vencimento previsto para 1º de abril, o que contribuiu para a alta da moeda americana.  O mercado já discute se a autoridade monetária fará a rolagem do lote de US$ 8,733 bilhões em contratos de swap com vencimento em 2 de maio. “O mercado já esperava que o BC fizesse a rolagem parcial dos contratos que vencem em abril, a discussão agora é o que ele vai fazer com o lote que vence em maio”, afirma um operador de câmbio de uma corretora nacional.

Hoje o BC realizou o leilão de rolagem de até US$ 2 bilhões em linha de dólar com compromisso de recompra que tinha o vencimento previsto para 1º de abril. O resultado do leilão será divulgado no dia 9. A venda será liquidada em 2 de abril e a recompra está prevista para 2 de junho. A taxa de corte da operação saiu a R$ 2,310696. Na sexta-feira, o BC já tinha tentado rolar essa linha de dólar. A taxa de venda de dólar da operação tinha saído a R$ 2,264 e a taxa de corte foi de R$ 2,300509. Com o fluxo positivo em US$ 5,223 bilhões em março, até o dia 21, a necessidade dos bancos por operações de linha diminuiu, com a posição vendida das instituições financeiras no mercado à vista caindo de US$ 18,597 bilhões e m fevereiro para US$ 13,3 bilhões em março.

Lá fora, o dólar caía frente às principais divisas diante da menor preocupação com a tensão entre Estados Unidos e Rússia em relação à crise na Ucrânia e ao tom mais “dovish” do discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen. A moeda americana caía 0,27% frente ao dólar australiano, 0,42% em relação ao rand sul-africano, 2,41% diante da lira turca e 0,18% em relação ao peso mexicano.

Ontem, o secretário de Estado americano, John Kerry, e o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, se encontraram em Paris para discutir a questão na Ucrânia e a anexação da Crimeia pela Rússia.

Após a reunião, Lavrov disse que embora haja discordância entre os dois países sobre as causas da crise, os Estados Unidos e a Rússia concordaram em buscar terreno comum para solucionar a situação na Ucrânia.

Já a presidente do Fed, Janet Yellen, disse hoje que a economia americana precisará de suporte por algum tempo, durante discurso em uma conferência realizada hoje na cidade de Chicago. Yellen voltou a dizer que a economia e o mercado de trabalho dos EUA estão longe do considerado saudável, o requer a continuidade do apoio do banco central americano.

A melhora do cenário externo continua suportando o apetite dos investidores por operações de “carry trade”, que buscam ganhar com a arbitragem de juros. Com uma taxa básica de juros de 10,75% ao ano, o Brasil tem sido um dos mercados que mais atraem esse tipo de investimentos de curto prazo.

Dada o retorno atrativo das operações de “carry trade” com o real, o Barclays continua recomendando a posição comprada na moeda brasileira contra o dólar no curto prazo, diante da grande probabilidade de que o Banco Central aumente a taxa Selic em mais 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que encerra na próxima quarta-feira. “O real deve se beneficiar de um aumento das expectativas de uma política contracíclica da China, a qual, pelo menos, deve limitar uma queda dos preços dos metais básicos e dos termos de troca do Brasil”, apontam os analistas do Barclays em relatório.

O Barclays destaca que, dada a baixa cotação do dólar frente ao real, pode valer a pena buscar proteção (hedge) para o risco de uma correção do câmbio.

Apesar da forte entrada de recursos para renda fixa, o BC vem mantendo os leilões do programa de intervenção diária no mercado de câmbio, que foi estendido até 30 de junho. Hoje a autoridade monetária vendeu mais 4 mil contratos de swap cambial para vencimento em 1º de dezembro, cuja operação movimentou US$ 198,5 milhões.

(Silvia Rosa | Valor)

Fonte: Valor


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