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Dólar cai com fluxo positivo e menor aversão a risco no exterior

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19/03/2014 - 08:27

SÃO PAULO  -  A diminuição da tensão em relação à crise na Ucrânia e os dados econômicos dos Estados Unidos apontando para uma recuperação lenta da economia americana abriram espaço para a retomada do apetite por ativos de maior risco, levando a uma queda do dólar frente às principais moedas emergentes. No mercado interno, a queda da moeda americana foi intensificada pelo fluxo positivo de recursos.

O dólar comercial caiu 0,34%, encerrando a R$ 2,3420. Já o contrato futuro para abril recuava 0,46% para R$ 2,347 . Mais cedo, investidores com posições compradas na moeda americana chegaram a puxar o dólar para R$ 2,36, mas as intervenções do Banco Central e o fluxo positivo, associados à melhora no exterior, ajudaram a reverter o movimento de alta.

O impacto limitado das sanções impostas à Rússia e à Crimeia pelos Estados Unidos e Europa e a postura mais cautelosa do presidente russo, Vladimir Putin, ao destacar que dizer que não pretende anexar outras regiões da Ucrânia além da Crimeia, ajudaram a reduzir à preocupação com a crise na Ucrânia.

Além disso, os dados ainda fracos da economia americana reforçam a perspectiva de uma recuperação lenta dos Estados Unidos e de uma retirada gradual dos estímulos monetários por parte do Federal Reserve. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) divulgado hoje mostrou uma alta de 0,1% em fevereiro em linha com a previsão do mercado. Já na leitura anual a alta foi de 1,1%, o dado mais fraco desde outubro e abaixo da meta de 2% do Fed para iniciar a normalização da taxa de juros.

O dólar caía 0,43% frente ao dólar australiano, 0,28% diante do rand sul-africano, 0,22% frente ao peso chileno e operava estável em relação ao peso mexicano.

No mercado interno, a queda da moeda americana foi intensificada pelo fluxo positivo de recursos. Operadores afirmam que parte desses recursos pode estar relacionada ao ingresso de divisas pela Petrobras, referente à captação de US$ 8,5 bilhões por meio de emissão de bônus realizada na semana passada.

Com o dólar abaixo de R$ 2,35, o mercado discute se o Banco Central fará a rolagem integral do lote de US$ 10,148 bilhões em contratos de swap cambial com vencimento previsto para o início de abril.  Hoje a autoridade monetária  fez a rolagem de todos os 10 mil contratos de swap ofertados em leilão, em operação que movimentou o equivalente a US$ 492,2 milhões. Com isso,  ainda restam US$ 6,702 bilhões em contratos a serem renovados. Se mantiver o ritmo de renovação de US$ 500 milhões por dia, o BC rolará apenas US$ 8 bilhões do lote de US$ 10,148 bilhões a vencer em abril. Segundo anali stas, a autoridade monetária não deve anunciar nenhuma mudança nos leilões de rolagem pelo menos até a reunião do Federal Reserve, que começou hoje e termina amanhã. “Não faz sentido o BC não rolar integralmente esse lote, isso poderia passar um sinal ruim para o mercado, trazendo maior incerteza e instabilidade para a taxa de câmbio”, afirma Italo Abucater, especialista em câmbio da Icap Corretora.

Para Abucater, o BC deveria manter a estratégia de não interferir na tendência do câmbio, que tem mostrado um alívio no curto prazo, por conta da melhora da aversão a risco no cenário externo.

Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o presidente do BC, Alexandre Tombini, não deu nenhuma sinalização sobre as rolagens de swaps cambiais em curso e limitou-se a dizer que a situação dos swaps no momento é favorável ao BC. O presidente do BC afirmou, no entanto, que o Brasil continua recebendo investimentos externos, e que o ajuste em preços relativos, incluindo câmbio, é parte da solução e que o BC responderá de forma clássica a essas mudanças.

Tombini apontou que as políticas que vêm sendo adotadas militam no sentido de reduzir o desiquilíbrio da conta corrente brasileira, cujo déficit está em 3,67% no acumulado de 12 meses até janeiro. O presidente do BC ressaltou  que a autoridade monetária sabe lidar com os fluxos internacionais de capitais e que se as condições permitirem nada impede de o BC retomar a política de acumulação de reservas.

(Silvia Rosa | Valor)

Fonte: Valor


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