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DILMA REABRE AS PORTAS DO PLANALTO PARA A FEBRABAN

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24/03/2014 - 10:03

Depois de dois anos da geladeira, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, será recebido em uma audiência pela presidente Dilma Rousseff, nesta segunda-feira, como informa a agenda oficial do Palácio do Planalto. Diante da necessidade de melhorar as relações com o mercado financeiro, a chefe do Executivo decidiu deixar as rusgas de lado e atender um pedido de Portugal.

A decisão de Dilma de fechar as portas ao presidente da Febraban fazia parte do marketing do governo de enfrentar os bancos para reduzir os juros cobrados dos consumidores. No feriado de 1º de maio de 2012, no auge da popularidade, a presidente fez um discurso no qual atacava o sistema financeiro. Naquele momento, declarou que faria uma cruzada para baixar o custo do dinheiro e derrubar o spread bancário (a diferença entre o que as instituições financeiras pagam aos investidores e o que cobram dos devedores).

Para forçar os bancos a seguirem na direção desejada pelo Planalto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, convocou Murilo Portugal para uma reunião em Brasília. Ao deixar a sede da Fazenda, o presidente da Febraban disse que "a bola estava com o governo". Ele havia entregado ao ministro uma lista com propostas para reduzir o spread, a começar pelo corte de impostos. Mantega ficou uma arara com a ousadia de Portugal. Considerou um desrespeito a frase do executivo. Desde então, nem ele nem Dilma conversaram mais com Portugal. Os dois o colocaram na geladeira. O interlocutor do governo com os bancos passou a ser o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco.

A mudança de postura de Dilma tem tudo a ver com o que aconteceu com os spreads e os juros. Num primeiro momento, as taxas caíram, acompanhando o corte dos juros básicos da economia (Selic) promovido pelo Banco Central. Mas tão logo essa medida se mostrou um equívoco, devido à disparada da inflação, e a Selic começou a subir, os encargos cobrados pelos bancos aumentaram. Hoje, estão quase no mesmo nível de quando Dilma começou a cruzada contra o sistema financeiro.

Agora que não tem mais a bandeira dos juros baixos para exibir e está com a imagem arranhadíssima junto aos investidores, Dilma busca a aproximação com o presidente da Febraban. Pelo menos, a retomada do diálogo com o Planalto trará um benefício a Portugal. Ele ganha força para ser reconduzido à presidência da entidade que representa os banqueiros. Havia dúvida no setor se valia a pena a Febraban insistir em manter um executivo do mercado na presidência da entidade, se ele não conseguia falar com o ministro da Fazenda e com a presidente da República. Agora, não há mais dúvidas sobre isso.

 

Fonte: Correio Braziliense


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