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Desenvolvimento: PIB goiano cresce acima da média, mas perde fôlego

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19/03/2014 - 08:30

Pelo sexto ano seguido, PIB do Estado cresceu acima da média nacional, mas tem sido afetado pela crise

Lídia Borges 19 de março de 2014 (quarta-feira)

Ricardo Rafael

Com o montante de R$ 133,025 bilhões previstos para o Produto Interno Bruno (PIB) de 2013, a economia goiana manteve seu crescimento acima da média nacional pelo sexto ano consecutivo. Desta vez, a riqueza estadual avançou 3,1%, contra os 2,3% da média brasileira, como antecipou a coluna Giro do jornal O POPULAR na edição de ontem.

Entretanto, contaminado por uma conjuntura nacional e internacional ainda desfavorável, o resultado do PIB do ano passado também mostra que a desaceleração econômica tem se intensificado ao longo dos últimos anos.

Os números são claros. A taxa de crescimento do PIB em 2013 foi a menor desde 2010 (veja quadro). O cenário de inflação e elevação de juros, que travam o consumo, assim como a restrição de crédito e inadimplência elevada contribuíram para o recuo no desempenho do Produto Interno Bruto.

Serviços

Conforme estudo divulgado ontem pelo Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, ligado à Secretaria de Gestão e Planejamento (IMB/Segplan), o quarto trimestre foi o mais importante para 2013, com 4,4% de incremento no PIB, principalmente pelo desempenho da agropecuária, que avançou 23,3%. Mas, considerando todo o ano, o setor de serviços, que tem o maior peso na estrutura econômica do Estado, foi também o que mais alavancou PIB.

Cresceu 3,5%, puxado pela atividade no comércio varejista e atacadista (4,5%), ainda influenciado pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) da linha branca, material de construção e veículos novos. Também aumentaram os serviços na administração pública (4,1%). Na atividade industrial, que avançou 2,4% em 2013, os destaques são para os 4,9% da indústria de transformação, movimentada pela fabricação de medicamentos, maionese, cerveja e chopes.

A construção civil também teve resultado significativo (5%), alavancada por obras de empreendimentos imobiliários, rodovias e ferrovias, obras de urbanização e saneamento básico no Estado. “O programa habitacional Minha Casa Minha Vida em alguns municípios também ajudou a incrementar esse setor”, afirma o economista e professor universitário, Antônio Teodoro da Silva Júnior.

Por fim, a atividade agropecuária foi a de menor peso, com crescimento de apenas 1,2%, em função das sucessivas quedas na produção (em especial de milho, algodão, arroz e feijão), informa a gerente de Contas Regionais e Indicadores da Segplan, Dinamar Maria Ferreira Marques. O que segurou parte do aumento foi a produção de cana-de-açúcar (14,7%).

Outros resultados que ajudaram no crescimento do PIB foram o da balança comercial goiana e do mercado de trabalho no Estado. O saldo da balança (US$ 2,2 bilhões) só foi positivo porque as importações (-5,5%) recuaram mais do que as exportações (3,7%). Em relação aos empregos, foram criadas mais de 60,8 mil novas vagas durante o ano, principalmente na área de serviços (25.782), comércio (14.079) e indústria (10.816).

Secretário destaca que resultado é positivo

Segundo o secretário estadual de Gestão e Planejamento, Leonardo Vilela, embora atingido pelos problemas externos, de desaceleração econômica, o resultado do PIB goiano é positivo e consegue crescer acima do resto do País em função de condições criadas no Estado. “Temos uma política industrial agressiva, que envolve incentivos fiscais. Temos também uma infraestrutura razoável, que será melhorada ainda mais; condições climáticas favoráveis ao agronegócio e estamos numa posição geográfica favorável. Tudo isso cria um ambiente de crescimento”, afirma.

Para o economista e consultor empresarial Maurício Faganelo, o que vem segurando o PIB goiano acima da média do País é a forte base exportadora de produtos primários e todas as demais atividades ligadas ao agronegócio. Em contrapartida, ele lembra que essa diferença entre o resultado local e nacional vem diminuindo devido à uma mudança gradativa da atividade econômica estadual.

Goiás tem ampliado sua base de serviços e comércio, que estão prejudicadas pela redução do consumo das famílias, que têm mudado os hábitos de consumo frente à alta da inflação. Também há uma ampliação da base de indústrias, que sofrem mais com os problemas externos, devido à redução de investimentos, explica Faganelo.

“À medida que o Estado vai ampliando sua transação comercial com outros Estados e com o mundo, ele fica mais suscetível às evoluções do mercado e sofre mais com os problemas nacionais e internacionais”, acrescenta Antônio Teodoro.

Desafios

A perspectiva de desaceleração permanece também para este ano. Segundo o IMB, o PIB de 2014 deve crescer ainda menos, entre 2,5% e 3%. O agronegócio deve comandar o porcentual de crescimento, com 5% de avanço, muito pela baixa base de comparação de 2013 (1,2%), mas também pela recuperação de importantes culturas e com aumento da produção de carnes para atender à demanda externa.

Os setores de serviços e industrial também devem repetir os desempenhos observados no ano passado e a indústria (alimentos e bebidas e farmoquímica) devem manter o ritmo de produção.

Entretanto, o economista Maurício Faganelo ressalta que, enquanto não houver uma mudança em alguns gargalos existentes no Estado, como a deficiência na distribuição de energia elétrica e a precária estrutura logística, dificilmente este crescimento se sustentará por muitos anos. “Goiás perde oportunidades de crescer mais pela ineficiência operacional do Estado.”

Fonte: Jornal O Popular


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