A alta na taxa de juros para habitação na Caixa Econômica tende ter efeito cascata sobre os demais bancos. Isso porque a instituição financeira tem quase 70% de participação no mercado de crédito imobiliário e o movimento permite que os concorrentes também elevem suas taxas. Além disso, o motivo pelo qual a Caixa aumentou os juros, a alta da Selic, é sentido por todo o mercado. Das outras vezes em que o banco federal elevou suas taxas, o mercado fez o mesmo.
O economista Célio Fernando ressalta que há um movimento de maior seletividade dos bancos para a concessão de crédito, inclusive os públicos, já que o risco está maior no cenário atual. “Provavelmente, essa mesma discussão vai para o Banco do Brasil, Banco do Nordeste e BNDES. É correta para conter a demanda”, analisa.
Do ponto de vista do impacto social e impopularidade dessa medida, Célio avalia que o momento tem sido de austeridade em detrimento da questão social, dada a economia em crise.
“Muitas vezes, tem que dar um remédio duro hoje para ter benefícios no futuro. Não adiante só dizer que a desgraça é grande. Tenta um plano. Se não consegue, tem que colocar em prática em busca de movimentos de ordenação econômica”, argumenta.
Depende da Selic
A análise mais recente dos economista é de que a inflação não vai ceder em 2015, embora deva se apresentar em um patamar menor. Diante desse cenário de inflação pressionada, o Banco Central indicou que a taxa básica de juros (Selic) não deve subir mais do que os atuais 14,25% ao ano.
Mas o estacionamento deste valor não é unanimidade entre os analistas. Por isso, os números pode, sim, subir, o que ocasionaria também uma nova possibilidade de alta nos juros para o financiamento da casa própria.
“A rigor, mantida a condição de não subida da taxa básica, o que indicaria que os fundamentos estão melhorando, não seria necessário mexer nesses juros. (Andreh Jonathas)
Fonte: O Povo