Além do aumento dos gastos com abono salarial e seguro-desemprego, o governo terá que administrar o crescimento do déficit da Previdência Social este ano para manter as contas públicas sob controle. O ministro da Previdência, Garibaldi Alves, disse ontem que o déficit ficará entre R$ 40 bilhões e R$ 43 bilhões, se houver aumento de receitas de outubro a dezembro.
O rombo ficará maior que o projetado no último relatório de avaliação de receitas e despesas, divulgado no fim de setembro pelo Ministério do Planejamento. O relatório estima que as contas do INSS vão fechar o ano no vermelho, em R$ 36,2 bilhões. No entanto, de janeiro a setembro de 2013, este déficit já atingiu R$ 47,6 bilhões.
“Não acho fácil reverter (o déficit para o patamar que está no relatório)”, disse. “Acreditamos sempre que, no último trimestre do ano, as receitas têm um ganho bom. Não é problema só de contenção de despesas. Mas não sei se a gente consegue reverter tudo.” Segundo ele, “a última previsão (de déficit) do ministério era entre R$ 40 bilhões e R$ 43 bilhões este ano”. “Para chegar a isso e não haver nenhuma surpresa, a gente confia muito que o fim do ano permitirá um volume maior de receitas para compensar.”
13º salário
O secretário do Tesouro, Arno Augustin, atribuiu parte do resultado fiscal ruim de setembro ao tamanho do déficit na Previdência. Segundo ele, parte do pagamento do 13º salário dos aposentados e pensionistas ocorreu no mês passado. Por isso, o governo espera que as contas fechem com saldo positivo em dezembro, mês em que tradicionalmente ocorre a segunda parcela do pagamento do 13º para os demais trabalhadores.
Para confirmar, no entanto, a projeção de déficit de R$ 36,2 bilhões no ano, seria necessário um superávit de R$ 11,4 bilhões no quarto trimestre. No mesmo período do ano passado a Previdência registrou déficit de R$ 1,6 bilhão.
Sob controle
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem repetido que os grandes gastos do governo - juros da dívida, INSS e funcionalismo público - estão sob controle. Segundo ele, essas despesas têm caído em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, a Previdência registrou em setembro um rombo de R$ 11,8 bilhões, em comparação a R$ 11,1 bilhões no mesmo período do ano passado. No acumulado no ano, o déficit de R$ 47,6 bilhões é bem maior do que no mesmo período do ano passado, quando estava em R$ 39,2 bilhões.
Fonte: Jornal O Popular