O INPC, para quem recebe até 5 salários, ficou em 0,96%, enquanto o IPCA, até 40, em 0,89%
Goiânia registrou a maior alta de inflação para o mês de março dos últimos 11 anos (0,89%), segundo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os grupos de alimentos e bebidas e educação foram os principais responsáveis por essa perda de poder de compra do consumidor. Famílias cujo rendimento atinge até cinco salários mínimos tiveram o orçamento ainda mais comprometido (0,96%), de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Embora cursos extracurriculares, como de idiomas e de informática, tenham contribuído para que o grupo de educação ficasse em primeiro lugar (2,06%), é a alimentação que representa maior peso no IPCA. Em média, 24,3% do orçamento familiar, ou seja, quase um quarto, é destinado a compra de alimentos.
Entre os dez produtos que sofreram maior alta no mês passado, oito são alimentos. A batata-inglesa lidera com 32,02%, seguida por ovos (24,61%).
O gerente técnico do Centro de Abastecimento de Goiás (Ceasa), Josué Lopes Siqueira, calcula que os picos de elevação de preços de alguns produtos, como tomate e batata-inglesa, ocorreram em março de 2013 se comparado ao mês passado. Entretanto, embora com acentuação menor, este ano um volume maior de produtos entrou para a lista de alimentos com variações positivas. São eles chuchu, vagem, laranja, banana, abóbora, cará. A mandioca foi um dos poucos produtos que não sofreu alteração de valor.
De forma geral, as intempéries climáticas são responsáveis por essa ascendência. “A elevação de preços é consequência do período chuvoso, mas muitos tendem a se acomodar com a chegada da estiagem”, afirma.
No caso da laranja, Josué informa que a fruta permaneceu, por seis anos, com preço estável em função da grande oferta de produto no mercado. Com a recente redução de áreas de plantio, houve uma recuperação dos valores para atender os custos de produção.
Orçamento
Para a empresária Sandra Maria Conde Mendonça, a sensação é de que o dinheiro está sendo corroído na feira. Ela explica que os R$ 50 destinados semanalmente para a compra de frutas e legumes para a família, estão perdendo valor rapidamente. “Ano passado comprava tudo o que precisava de legumes e frutas e ainda levava frango para casa. Hoje fico procurando substituir uma coisa e outra e não dá mais para levar a carne”, diz. Ela conta que substituir verduras e pesquisar faz parte do jogo de cintura necessário para alimentar de forma saudável a família, já que estima que 40% do orçamento seja destinado a essa despesa.
No caso do INPC, grupo educação (2,09%), seguido pelo grupos alimentos e bebidas (1,96%), foram os que mais pesaram.
No País, o IPCA fechou março em 0,92%, também o mai alto para o mês em 11 anos.
Fonte: Jornal O Popular