A pessoa que forjar uma comprovação de renda na ânsia de obter um valor maior de financiamento pode ter problemas para pagar a prestação e perder o imóvel. Conforme o presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação em Goiás (ABMH-GO), Wilson Rascovit, quem ganha salário mínimo e faz algum trabalho esporádico em casa, como a produção de sabonetes, é incentivada pelo próprio banco a apresentar alguma comprovação de renda extra para elevar o valor financiado.
Se ela perde essa renda, fica impedida de pagar. Ao contrário de antigamente, quando os mutuários ficavam anos sem pagar as prestações e a discussão ía para a Justiça, hoje os contratos são feitos sob a garantia da alienação fiduciária. “Quem deixa de pagar três meses, pode perder a casa e tudo que já pagou, inclusive o FGTS que deu como entrada. É uma armadilha na qual a pessoa pode cair. Neste caso, é melhor continuar no aluguel”, alerta.
Segundo ele, outro problema é que o banco não costuma informar todas as formas possíveis de amortização do saldo devedor, como o uso do FGTS. Antes de assinar o contrato, o mutuário pode procurar a ABMH, que irá analisar todas as cláusulas e comprovar se os juros aplicados foram realmente os pactuados inicialmente, evitando que o mutuário caia em armadilhas por falta de conhecimento. “As simulações iniciais não expressam a realidade final das prestações, pois outras taxas são incluídas”, alerta.
Fonte: Jornal O Popular