A alta da inflação desequilibrou o orçamento das famílias, que viram a renda ser corroída pelo aumento de preços
São Paulo - O brasileiro tem tomado mais empréstimos para pagar dívidas. O movimento, segundo economistas, foi estimulado sobretudo pela alta da inflação. As linhas de crédito cujos saldos mais cresceram nos cinco primeiros meses do ano foram cheque especial (15,3%), empréstimo consignado (descontado na folha de pagamento, que avançou 9,3%), empréstimo pessoal (5,3%) e a rolagem da dívida no cartão de crédito (5%). O levantamento é da Serasa Experian, com base em dados do Banco Central, e excluiu financiamento imobiliário.
A taxa média de crescimento, considerando 11 modalidades de crédito, foi de 3% no período, mostra o estudo. “As linhas que mais cresceram são aquelas direcionadas a situações emergenciais ou para a quitação de dívidas”, explica o economista da Serasa Experian Luiz Rabi. Ele diz que a alta da inflação descontrolou o orçamento familiar - a renda foi corroída pelo aumento de preços.
O IPCA (índice oficial de inflação) acumulado em 12 meses até maio ficou em 6,7%, acima do teto da meta estabelecida pelo governo (6,5%). “Como não há aumento de renda importante, as famílias têm que trocar o consumo pelo pagamento de dívidas”, diz o professor de economia e finanças Alexandre Espírito Santo, do Ibmec-Rio, instituto de ensino e pesquisa.
Finanças no azul
Além de pagar os débitos, é importante reorganizar as finanças para evitar novo descontrole das dívidas. Para não extrapolar o orçamento, especialistas recomendam que se faça uma lista com todos os gastos. Dessa forma, fica mais fácil de identificar o que pode ser cortado. Além disso, recomendam sempre guardar dinheiro, mesmo que pouco.
Fonte: O Popular