A expansão do crédito para pessoas físicas pode apresentar uma desaceleração em 2014, na visão do presidente do Citi no Brasil, Helio Magalhães.
De acordo com o executivo, a perspectiva é que a expansão fique na faixa de 10% no ano que vem. Para 2013, a expectativa do banco é que a taxa fique entre 15% e 16%. "O crescimento foi muito forte nos últimos dez anos. Não dá para continuar nesse ritmo", disse o executivo durante evento em São Paulo.
Segundo Magalhães, a desaceleração também é causada por uma mudança no perfil de consumo de crédito do brasileiro. Segundo ele, há uma migração para o financiamento imobiliário. "O crédito imobiliário tem um perfil menos imediatista, exige um planejamento financeiro maior para o pagamento das parcelas", disse.
De acordo com Magalhães, mesmo com as perspectivas negativas com relação a um possível rebaixamento da nota de crédito brasileira e a desvalorização do real ante ao dólar, o Brasil continua tendo grandes oportunidades. Segundo ele, o país está pronto para se aproveitar da recuperação da economia mundial, que começa a se delinear com a melhora das perspectivas nos Estados Unidos. "Não vivemos nenhuma crise no Brasil, que conta com instituições sólidas, consumo interno, taxa de desemprego sólida e reservas internacionais em um nível melhor que no passado", disse. De acordo com o executivo, a questão da nota de crédito tem relação com a situação fiscal do governo.
Sua avaliação é que no câmbio, o BC tem o conhecimento e as ferramentas para evitar oscilações fortes como a registrada nos últimos dias, com o real exibindo a pior performance em relação a outras moedas de emergentes.
O Citi calcula que o PIB terá
um crescimento de 2,6% neste ano. Na avaliação do executivo, o avanço da economia pode não ser o ideal, mas é bom comparado ao 0,9% registrado em 2012.
De acordo com Magalhães, o cenário internacional ainda conturbado afetou a economia. Para 2013, ele disse que a economia pode ter um avanço mais lento, de 2%. Já 2014 será um ano atípico por conta das eleições. Sua expectativa é que os projetos de infraestrutura não tenham impacto na economia no ano que vem, pois o ciclo para que eles aconteçam tem um prazo mais longo.
Fonte: Valor