Brasília - Dois dias depois de o Banco Central intensificar a alta de juros numa estratégia de segurar a economia para conter a inflação, o governo anunciou o mês de abril com menor economia para pagar juros da dívida desde 2004. A economia feita pela União, Estados e municípios foi de apenas R$ 10,3 bilhões, queda de quase 30% em relação ao mesmo mês de 2012, ano em que já houve efeito do corte de tributos para incentivar setores produtivos.
O baixo desempenho foi determinado sobretudo pelos gastos do governo federal. Com isso, o resultado acumulado em 12 meses atingiu 1,89% do PIB, o mais baixo da gestão Dilma Rousseff (a meta do governo é economizar 3,1% do PIB).
Redução
O governo já sinalizou que a política atual é reduzir o esforço fiscal, ou seja, economizar menos. Na revisão do orçamento federal, anunciada na última semana, bloqueou apenas R$ 28 bilhões nos gastos previstos para o ano. O valor é praticamente metade do bloqueio de 2011 (R$ 55 bilhões) e muito inferior ao de 2012 (R$ 50 bilhões).
A redução da economia do governo, por outro lado, alimenta a inflação, que está próxima do teto da meta de 6,5% ao ano. Para conter os preços, o BC elevou a taxa básica de juros em 0,5 ponto na quarta-feira, para 8% ao ano.
Apesar da queda do superavit primário, a dívida do setor público ficou praticamente estável em abril, como resultado da valorização do dólar. Em março, equivalia a 35,5% do PIB, e passou para 35,4% do PIB, em abril.
Fonte: Jornal O Popular