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Comércio: Inflação e calote fazem vendas despencar

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14/06/2013 - 08:25

Em abril, as vendas no varejo goiano recuaram 0,7% ante igual mês de 2012, divulga IBGE

A inflação, desta vez, não é considerada a única culpada pela queda no volume de vendas do comércio varejista registrada em abril (-0,7%), se comparado ao mesmo período do ano passado. Engrossam essa lista, em Goiás, o nível de endividamento da população, a freada nos investimentos e até os gastos dos consumidores com as tradicionais festas agropecuárias comuns em vários municípios neste período do ano. Tudo isso contribuiu para o resultado negativo divulgado ontem na Pesquisa Mensal do Comércio(PMC) realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A queda de dois setores de peso, o de supermercados (-10,6%) e de equipamentos e materiais para escritório e informática (-12,8%),puxaram o índice de vendas para baixo. Com um pouco menos de força, artigos de uso pessoal e doméstico (-5,5%), também contribuiu para esse registro. O setor contempla: óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos, entre outros.

O gerente da unidade do Supermercado Barão, localizado na Cidade Jardim, Edson Morais de Carvalho, explica que, na prática, os consumidores deixaram de lado produtos considerados supérfluos e focaram na compra de produtos de primeira necessidade. “As pessoas estão endividadas e o poder de compra caiu com a inflação”, diz. Prova disso, afirma, aumentou o número de clientes que parcelam as compras de supermercado.

O presidente da Associação Goiana de Supermercados (Agos), Nelson Alexandrino, explica que a inflação vem tirando o poder de compra dos consumidores, principalmente com aumento persistente do setor de hortifruti, como tomate e batata-inglesa, além do feijão, vilões inflacionários consolidados no custo de vida do goiano. “Mas as pessoas não deixam de comer, os produtos da cesta básica continuam vendendo. Quem consome cinco quilos de feijão, não compra menos”, ressalta. Neste caso, o que ocorre é a retração no consumo de produtos que não são considerados de primeira necessidade.

Embora pareça surpreendente, os entrevistados alegam que o comportamento do consumidor muda em função da chegada das festas agropecuárias comuns nessa época do ano em vários municípios goianos. “Eles poupam dinheiro para ir aos shows na região”, diz Nelson. Os gastos também são voltados para produtos como roupas, acessórios ou calçados. Em abril, esse segmento teve elevação de 16,6%.

O economista Welington Rodrigues explica que a freada de consumo no varejo não pode ser explicada de forma isolada. Para ele, o recuo nos investimentos desde o ano passado, por conta do baixo crescimento da economia, impacta toda a cadeia. “A economia é dinâmica. A falta de investimentos no ano passado, com nível acentuado no segundo semestre quando muitos acharam que a economia reagiria, resultou em um ‘pibinho’ . Essa sequência chegou ao mercado de consumo”, diz.

Ele lembra ainda que a desoneração de 16 produtos da cesta básica, que zerou a incidência de PIS/Pasep-Cofins, não surtiu efeito. Produtos como café, arroz, pão e farinha, por exemplo, continuaram sofrendo reajuste. “Isso é perceptível quando se vai ao supermercado”, diz.

Ao citar o nível de endividamento do consumidor, Welington conta que a tendência é de melhora a partir desse mês. Ele conta que há uma absorção natural, nos primeiros meses do ano, com as contas em excesso das festas de fim de ano e tributos do primeiro trimestre do ano subsequente. “Esse nível de endividamento começa a diminuir em junho”, afirma.

Ano

Embora tenha registrado um volume de vendas negativo, Goiás acumula, ao longo de 2013, um crescimento de 2,9%.

Nos últimos 12 meses, a alta é de 6,9%. Ou seja, no ranking nacional, o Estado só perde para Espírito Santo (9,2%), Ceará e Pernambuco, ambos com (8,7%), e São Paulo (7,2%). O pior resultado é do Distrito Federal (2,6%).

Fonte: Jornal O Popular


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