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Citi reduz custos em meio à queda de receitas

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16/10/2013 - 09:27

O Citigroup apresentou ontem resultado inferior ao previsto para o terceiro trimestre, refletindo um momento em que o baixo volume de transações no mercado de bônus acabou comprometendo as receitas do terceiro maior banco americano - e em toda Wall Street.

A receita do Citigroup gerada por transações com bônus caiu 26%, ou US$ 956 milhões, excluindo-se um ajuste contábil, o que contribuiu para o resultado inferior às projeções dos analisas. Embora a queda da receita com ativos de renda fixa tenha sido mais grave do que no concorrente de maior porte, o J.P. Morgan Chase, que divulgou seus resultados na sexta-feira, ela pode significar problemas para os bancos de investimento, como Goldman Sachs e Morgan Stanley, que divulgarão seus balanços ainda esta semana.

"Os investidores devem ter previsto isto", disse Tom Jalics, analista-sênior de investimentos do Key Private Bank. "O banco de investimento estava um pouquinho mais fraco do que as pessoas esperavam, mas a direção da empresa vinha sinalizando isso nas últimas 6 a 8 semanas." Ele e outros investidores apontaram para os esforços do Citi de controlar os custos no terceiro trimestre como a parte mais positiva dos resultados, também marcados pela fragilidade, em termos de receita, das operações de varejo.

Providências semelhantes podem ser iminentes em outros bancos, principalmente com a aproximação da temporada de concessão de participações nos lucros aos funcionários, normalmente uma grande parte de seus orçamentos.

"Os indicadores de crescimento da receita são difíceis de obter neste ambiente, e o único controle ao alcance da direção está na ponta dos gastos", disse Jalics.

No terceiro trimestre do ano passado, o Citigroup assumiu provisão antes de impostos de US$ 4,7 bilhões, relativa à venda de sua divisão de corretagem Smith Barney. A despesa acabou custando o cargo a Vikram Pandit, o principal executivo do banco na época. O sucessor de Pandit, Michael Corbat, enfrentou dificuldades para melhorar a sorte do Citigroup, em um ambiente no qual os negócios com clientes estão mornos e novas regulamentações elevam os gastos das instituições.

Corbat disse a analistas em teleconferência que as condições operacionais permanecerão "desiguais" pelo resto deste ano. "Embora muitos dos fatores que influenciam nossas receitas não estejam dentro de nosso pleno controle, certamente conseguimos controlar nossos custos, e estou satisfeito com nossa disciplina de gastos e com a melhoria da nossa eficiência até esta altura do ano", disse Corbat em comunicado.

Os gastos do banco caíram quase US$ 500 milhões em relação ao segundo trimestre, para US$ 11,7 bilhões, com o recuo da remuneração baseada no desempenho e dos custos das transações, refletindo, em parte, o ambiente fraco em termos de receita, disse o diretor financeiro, John Gerspach, a analistas.

O banco, que declarou pretender reduzir os custos em US$ 1,2 bilhão ao ano, disse ontem que planeja enxugar áreas como gastos com marketing no quarto trimestre. Investidores disseram que, do ponto de vista externo, é difícil avaliar até que ponto a redução de custos promovida pelo banco está afetando suas operações diárias.

"Todo mundo sabe que o crédito está melhorando e que a economia não vai mudar, e a pergunta é o que [os bancos] podem fazer na ponta dos custos", disse David Ellison, gestor de carteira do Hennessy Funds, em Boston, que administra cerca de US$ 4 bilhões em ativos, entre os quais ações do Citigroup. "Todos esses bancos estão fazendo muita coisa nessa frente, como o Citigroup, mas é difícil de ver de fora o que está acontecendo", acrescentou. "Tem uma caçamba na entrada da garagem, mas toda a atividade ocorre dentro da casa, e não se consegue saber o que está acontecendo lá."

A movimentação de clientes no Citi e em outros bancos caiu no terceiro trimestre, após o Federal Reserve (BC dos EUA) ter desistido de alterar seu programa de compra de bônus, decisão que pegou os investidores de surpresa e levou muitos deles a assumir uma atitude de esperar para ver, até que se apresente um cronograma mais claro para o fim do programa de incentivo à economia do Fed. O terceiro trimestre é normalmente lento para transações com bônus, e esse fator foi exacerbado pelo anúncio do Fed, avaliam analistas.

Fonte: Valor


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