São Paulo - O dólar foi a aplicação de maior rendimento no mês de maio, com alta de 7,24%. Antes que o pequeno investidor se anime a ir à próxima casa de câmbio e começar a fazer uma “reservinha” na moeda americana, os especialistas alertam que este mercado é um terreno perigoso demais para o investidor pessoa física se aventurar.
O rendimento do câmbio é variável - ou seja, a valorização pode ser fora da curva do mercado, como no mês passado, ou negativa. Ao contrário do que ocorre com a renda fixa, é possível que o investidor perca parte de seu capital ao apostar no dólar, assim como ocorre na compra de ações. “Se investir em câmbio fosse fácil, empresas como a Sadia e a Aracruz, grandes exportadoras com especialistas para analisar o mercado, não teriam perdido bilhões de dólares em 2008”, diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.
O recado dos economistas e especialistas em finanças pessoais é, em geral, o mesmo: se grandes companhias se deram mal ao apostar no dólar, o pequeno investidor também tem chances de dar com os burros n’água. O consultor em finanças pessoais Alexandre Lignos, da IDG, lembra que não basta acompanhar o movimento do dólar comercial, que é divulgado diariamente pelos jornais e televisão.
No mercado de varejo, vale o dólar paralelo, que tem uma estrutura de precificação diferente - muito mais aberta à especulação. Lignos lembra que, ao comprar, o cliente paga o preço de venda da casa de câmbio. Na hora de vender, receberá o preço de compra, que não raramente é R$ 0,20 mais baixo. “É por isso que, quando a pessoa compra dólares para viajar, aconselha-se gastar tudo em vez de tentar trocar a moeda estrangeira que sobrou na volta”, explica. stado)
Fonte: Jornal O Popular