Profissionais precisam avaliar as razões de trocar de emprego com frequência, pois podem perder valor no mercado de trabalho
Emprego
Profissionais que trocam de emprego com frequência perdem valor no mercado de trabalho. Essa análise pode ser mensurada pelo receio que profissionais de recursos humanos têm ao recrutar trabalhadores, especialmente gestores, que mal esquentam a cadeira em uma empresa.
O curto espaço entre um emprego e outro pode ser visto como falta de comprometimento, avidez por resultados, promoções ou mesmo ainda dificuldade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos.
A diretora da Agregar Gestão de Pessoas, Maria Célia Franklin, ressalta que os profissionais precisam entender que, ao entrar em uma empresa, existe uma espécie de linha cronológica empresarial. Há um período médio para dar sequência às etapas que permeiam o desempenho de suas atividades: adaptação ao novo local de trabalho, absorção do aprendizado, pleitear seguir carreira e até alçar novos horizontes. “Demanda um tempo para conseguir isso, mas muitos acham esse período muito longo. Incutiram em nossas cabeças que o ápice da carreira é aos 30, mas essa não é a realidade na prática”, diz.
Para que esse comportamento não seja repetitivo, o profissional deve fazer uma leitura da empresa para a qual ele está pleiteando a vaga, diminuindo as chances de atritos éticos. “Entra aquela máxima: a pessoa que não sabe onde ir, qualquer lugar serve”, lembra.
À deriva
Maria Célia afirma que, embora atualmente haja inúmeras vagas no mercado de trabalho, a tendência é de que esse tipo de profissional fique à deriva. “Tem muita gente sobrando, porque as empresas preferem não apostar nesses profissionais. Fica muito oneroso para a empresa esse vai e vem de funcionários”, diz.
Isso não quer dizer que mudar de vários empregos seja totalmente impróprio. A diretora ressalta que esse quadro pode mudar quando há motivações pessoais sólidas. Sejam problemas ligados à ética do gestor ou da empresa, dificuldades de relacionamento, falta de ferramentas para desenvolver o trabalho ou mesmo descumprimento de acordos. “Por isso, os acordos precisam ser muito bem formatados”, frisa.
Existem também profissionais que não conseguem se fixar em nenhum emprego por motivos estritamente comportamentais. Nesse caso, geralmente, o profissional costuma ser demitido. Essas pessoas, diz, precisam observar os últimos feedbacks dos recrutadores e fazer uma autoanálise. “Se não houver feedback, o profissional deve questionar os motivos da demissão”, afirma.
Fonte: Jornal O Popular