Praticamente triplicou o número de arrombamentos de caixas eletrônicos em Goiás nos dois primeiros meses de 2013 em comparação com o mesmo período de 2012. As ocorrências da modalidade criminosa saltaram de 9 para 26, segundo a Secretaria de Segurança Pública e Justiça (SSPJ). Os casos estão espalhados por todo Estado (veja quadro).
No total, 143 terminais de autoatendimento bancário foram destruídos por ladrões desde janeiro do ano passado. Para abrir os equipamentos, os bandidos têm usado três tipos de instrumentos: pés de cabra, explosivos ou maçaricos (veja quadro). A maioria dos arrombamentos é com uso de explosivos, sobretudo dinamite. Os artefatos geralmente são subtraídos ou desviados de empresas como as pedreiras.
Foram arrombados caixas eletrônicos em 93 municípios de todas as regiões de Goiás. Sete somente na capital, o local que mais sofreu com a ação dos criminosos. Em seguida vêm Cesarina, Valparaíso e Mossâmedes, cada uma com quatro equipamentos estourados pelas quadrilhas.
Investigação
A Polícia Civil conseguiu identificar seis quadrilhas em atuação, das quais uma já está presa. As outras cinco estão sendo monitoradas. Na semana passada, um dos bandos foi desarticulado. De 22 suspeitos de integrar uma quadrilha especializada no assalto a caixas eletrônicos, 9 foram detidos e apresentados ontem na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Goiânia. A prisão de cinco membros do grupo foi efetuada na sexta-feira da semana passada, em um posto de gasolina na Avenida Vera Cruz, no Jardim Guanabara.
Segundo o delegado Valdemir Pereira, chefe do Grupo Anti-Roubo a Bancos (GAB), no momento da abordagem, os suspeitos se preparavam para praticar novos assaltos nos municípios de Padre Bernardo e Barro Alto. Os outros quatro integrantes apresentados foram presos em ações anteriores, mas as investigações os apontaram como pertencentes à mesma quadrilha.
Com o grupo foi encontrado armamento pesado e bombas potentes. Os suspeitos portavam 7 pistolas de calibre 12, 4 espingardas, 6 coletes à prova de balas, capuzes, 1 fuzil AR-15, 11 explosivos e muita munição. Também foram apreendidos dez veículos - entre eles, duas caminhonetes Chevrolet S-10, um Ford Focus, um VW Crossfox, um Honda Civic e um Honda City.
A investigação, de acordo com o delegado Valdemir Pereira, vinha ocorrendo há dois meses e foi constatado que uma pessoa, indicada por um preso de uma facção criminosa paulista, teria vindo a Goiás para ensinar a quadrilha a manusear os armamentos.
Os nove indiciados responderão por formação de quadrilha, roubo, porte ilegal de arma e porte ilegal de explosivos. Conforme o titular da Deic, a quadrilha realizou 29 arrombamentos no Estado, entre janeiro e março deste ano, em 15 localidades diferentes - entre os alvos, as cidades de Goianésia, em 21 de fevereiro; Itapaci, em 26 de fevereiro; e Arizona, em 9 de março.
Os roubos também eram realizados em casas lotéricas e empresas de médio e grande porte. O grupo, segundo Valdemir Pereira, agia há mais de um ano em Goiás e em Minas Gerais e também atuou no eixo Rio-São Paulo. “A quadrilha é de Goiás, mas existem componentes de Minas e de São Paulo”, destacou o delegado. “Já temos identificados e estamos acompanhando os movimentos dos outros integrantes que estão soltos. As investigações não terminam aqui”, afirmou o policial.
Fonte: O Popular