O Brasil recebeu US$ 38,9 bilhões de créditos internacionais entre janeiro e março, o segundo maior volume entre as economias emergentes, revela o Banco Internacional de Compensações (BIS) em suas estatísticas preliminares sobre o período.
O banco dos bancos centrais mostra mais uma vez tendências divergentes no crédito para economias desenvolvidas e para emergentes no começo do ano.
Os créditos para as economias desenvolvidas sofreram contração de US$ 342 bilhões entre janeiro e março, a maioria nas operações de interbancário, numa queda de 9% em relação ao mesmo período do ano passado.
Foi o sexto trimestre consecutivo de declínio, afetando sobretudo a Europa.
Em contrapartida, os empréstimos para os emergentes cresceram US$ 265 bilhões, representando alta de 9% comparado ao período de janeiro a março do ano passado. A expansão deve-se principalmente a países da Ásia.
Os créditos para a China aumentaram US$ 160 bilhões, num crescimento de 30% em relação ao ano passado. Foi o emergente que mais recebeu financiamento externo.
Por sua vez, o Brasil foi o segundo, acolhendo 86% do montante aproximado de US$ 44 bilhões de créditos externos que tomaram o rumo da América Latina. O financiamento internacional acumulado no Brasil cresceu 13% em apenas um trimestre.
A Rússia captou US$ 28,5 bilhões; a Tailândia, cerca de US$ 8 bilhões, e a Índia, apenas US$ 5,8 bilhões.
Levando-se em conta as garantias dadas a crédito para residente em outro país, pode-se concluir pelas estatísticas que parte dos financiamentos para o Brasil incluiu os empréstimos entre a matriz de multinacionais e as subsidiárias brasileiras.
Fonte: Valor Econômico