Atenção! Você está utilizando um navegador muito antigo e muitos dos recursos deste site não irão funcionar corretamente.
Atualize para uma versão mais recente. Recomendamos o Google Chrome ou o Mozilla Firefox.

Notícias

Bradesco e Caixa lideram captações em fundos

Facebook
Twitter
Google+
LinkedIn
Pinterest
Enviar por E-mail Imprimir
07/01/2013 - 10:21

Em um cenário de juros menores, cresceu o desafio para os gestores de fundos que querem manter seus produtos competitivos, principalmente nos segmentos de renda fixa e DI. Algumas das instituições que registraram os maiores resgates em seus fundos no ano passado, como Santander, J.P. Morgan e Votorantim, foram impactadas principalmente pelas saídas de recursos nessas categorias.

Para reter ou tentar atrair novos clientes, os bancos têm cortado taxas de administração e aplicação mínima de diversas carteiras, principalmente na renda fixa. Esse movimento foi liderado pelos bancos públicos, com o objetivo de reduzir o custo e popularizar essas aplicações.

Na outra ponta, quem assumiu a liderança na captação de recursos no ano foram Bradesco e Caixa Econômica Federal, ajudados pelas aplicações feitas por empresas e investidores institucionais.

 

 

A Caixa, que é tradicionalmente forte na renda fixa, cortou a taxa de administração de diversos fundos da categoria e ampliou o leque de produtos em renda variável, com o lançamento de carteiras com aplicação mínima a partir de R$ 10. O resultado foi o ingresso líquido de R$ 14,051 bilhões em seus fundos de ações, o que contribuiu para que a instituição registrasse a segunda maior captação do mercado de fundos, totalizando ingresso líquido de R$ 23,9 bilhões em 2012, até novembro, de acordo com os dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Parte do resultado veio da transferência de um fundo de pensão da Caixa (Funcef), com patrimônio de R$ 9,039 bilhões, que estava com a BNY Mellon Arx Investimentos, além da criação de uma carteira de ações exclusiva da fundação, com patrimônio de R$ 4,047 bilhões.

A saída da carteira da Funcef fez com que a BNY Mellon registrasse o maior saque líquido do mercado, que somou R$ 13,649 bilhões.

Já na Bradesco Asset Management (Bram), que liderou a captação entre os gestores de fundos com R$ 30,207 bilhões no período, os aportes foram concentrados nas categorias DI e previdência. Os ingressos nos fundos DI vieram principalmente de empresas, que costumam utilizar esses portfólios para gestão de caixa, além da transferências de recursos da leasing do banco.

"Também tivemos grande captação nos fundos de crédito privado, que devem continuar com alta demanda neste ano", afirma Joaquim Levy, diretor-superintendente da Bram.

As aplicações nos fundos de renda fixa e previdência também contribuíram para impulsionar a captação na gestora do Itaú Unibanco, que somou R$ 10,615 bilhões no ano, até novembro.

No BTG Pactual, que captou R$ 9,325 bilhões no período, as alocações foram concentradas nos fundos multimercados. "A maior parte das aplicações foi de clientes private", diz João Scandiuzzi, estrategista-chefe da asset do BTG.

Os multimercados tiveram grande demanda no ano passado, somando ingresso líquido de R$ 20,6 bilhões, atrás apenas dos fundos de previdência.

Já os fundos DI sofreram especialmente com os saques de pessoas físicas, que totalizaram R$ 20 bilhões até novembro, considerando os segmentos de varejo e private banking.

Para Santander, J.P. Morgan e Votorantim, os vilões do ano foram exatamente os fundos DI e de renda. No Banco J. Safra, as saídas se concentraram nos multimercados, que tiveram saques de R$ 13,836 bilhões.

A proposta de mudança na instrução que trata da regulação dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) também afetou as carteiras dos fundos de recebíveis do Votorantim. "Alguns fundos tiveram amortização antecipada por causa da mudança na regulação", diz Robert van Dijk, responsável pela Votorantim Wealth Management.

Para 2013, os gestores acreditam que os fundos multimercados e de ações devem concentrar as aplicações, com os investidores buscando maior retorno.

A Caixa, por exemplo, planeja lançar novas carteiras de ações com foco setorial. O banco, que venceu a última licitação para criação de um fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) atrelado ao Ibovespa, cujas cotas são negociadas na bolsa, pretende ampliar a atuação nesse mercado. A meta é captar R$ 1,5 bilhão nesse portfólio até o final do primeiro semestre. "Pretendemos participar de outras licitações de ETFs", diz Marcos Vasconcelos, vice-presidente de ativos de terceiros da Caixa.

Já a Bram acredita na demanda maior por fundos estruturados que fujam das aplicações tradicionais. A gestora lançou no ano passado um fundo de commodities e também estuda criar uma carteira para aplicar em debêntures de projetos de infraestrutura, que contam com benefício fiscal para pessoas físicas.

O Santander também estuda lançar uma carteira com foco em debêntures de infraestrutura e está estruturando dois multimercados para investir no exterior. "Vemos um cenário mais otimista para o mercado de fundos em 2013", afirma Luciane Ribeiro, diretora da Santander Asset Management.

Já o gestor do BTG acredita na retomada dos investimentos em fundos de ações, dado o cenário externo mais favorável e a expectativa de crescimento maior da economia brasileira.

Os fundos de investimentos têm enfrentado a concorrência não só da caderneta de poupança, mas também de títulos como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), que oferecem isenção de imposto de renda para pessoa física. No ano passado, o mercado de fundos captou R$ 97,6 bilhões, queda de 1,41% em relação a 2011.

 

Fonte: Valor Econômico


Tópicos:
visualizações