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Bovespa fecha no menor nível desde 2009 com temores sobre China

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25/08/2015 - 09:05

Após recuar mais de 6%, índice alcançou menores níveis de abril de 2009.
Bolsa fechou com queda de 3,03%, a 44.336 pontos.

Após chegar a cair mais de 6% no início do dia, a Bolsa paulista passou a cair menos, mas fechou em forte baixa nesta segunda-feira (24) – ao menor nível desde abril de 2009. O recuo foi influenciado pelo temor, em todo o mundo, de que a economia chinesa está em desaceleração.

O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de São Paulo, caiu 3,03%, a 44.336 pontos.

É o menor nível desde abril de 2009, e também a maior queda diária desde dezembro do ano passado. No mês de agosto, a bolsa já caiu 12,83%, e no ano, acumula queda de 11,34%.

Veja abaixo os destaques do mercado de ações no mundo:

Ásia: Bolsa de Xangai caiu 8,49%
EUA: Dow Jones caiu 3,57%, S&P 500 recuou 3,94% e Nasdaq perdeu 3,82%
Europa: FTSEurofirst 300 caiu 5,44%, a pior queda diária desde 2011
Petróleo: preço do barril nos EUA caiu para US$ 38,24, mínima desde fevereiro de 2009
Brasil: Bovespa caiu 3,03%, a 44.336 pontos, menor patamar desde abril de 2009

Ao longo do dia, a bolsa brasileira acompanhou a diminuição das perdas nas principais praças acionárias no exterior.

"A queda foi abrupta demais e, na medida em que as bolsas americanas recuperaram um pouco, isso sinalizou para os operadores que o problema não era tão agudo quanto a reação inicial. Isso não significa que está tudo bem: apenas uma acomodação", explicou o professor Tharcisio Souza Santos, diretor do MBA da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), em entrevista ao G1.

Na sexta-feira (21), o Ibovespa recuou 1,99%, a 45.719 pontos. Foi o menor patamar de fechamento desde março de 2014. Na semana passada, a bolsa caiu 3,77%.

O dólar fechou acima de R$ 3,55, maior cotação do ano, em alta de 1,62% ante o real, na maior cotação de fechamento desde 5 de março de 2003, quando foi negociado a R$ 3,555.

Temores na China afetaram Bovespa

 

O recuo na Bovespa foi influenciado pela forte queda das bolsas asiáticasnesta segunda-feira. Investidores demonstram preocupação com a desaceleração da economia chinesa, apesar dos esforços das autoridades para tentar tranquilizar os investidores.

Na China, as bolsas de Xangai e Shenzhen desabaram mais de 8% cada uma, reforçando o quadro de preocupações com a segunda maior economia do mundo, que vem afetando o apetite por ativos de risco.

O movimento recente do banco central da China de desvalorizar o iuan, para incentivar as exportações, também levou a um choque negativo no apetite de risco e elevou a preocupação de contaminação no crescimento global.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) previu em seu último relatório que a China deve crescer 6,8% em 2015 – a menor taxa anual para o país em 25 anos. Entenda o que está acontecendo na economia chinesa.

Principais quedas do dia

 Perto do horário de fechamento, a Vale perdia quase 9% nas ações preferenciais (com preferência na distribuição de dividendos) e quase 8% nas ordinárias (com direito a voto). A queda nos preços do minério de ferro, também afetados pelas bolsas chinesas, prejudicou os papéis da empresa.


Já a Petrobras caía mais de 6% nas preferenciais e quase 5% nas ordinárias, em meio ao declínio acentuado nos preços do petróleo no exterior e temores de que a desaceleração na China traga impactos relevantes sobre o preço das commodities.

Outras empresas que tiveram forte queda foram Gol, OI, TIM, Gerdau, Usiminas, Siderúrgica Nacional, Rumo Logística, Bradespar e Embraer.

Crescimento abaixo do esperado na China
"Todos os dados de atividade da economia chinesa apontam para uma desaceleração maior do que vem indicando o PIB (Produto Interno Bruto) oficial. E essa é a grande questão de fundo por trás dessa deterioração do mercado acionário", disse à Reuters o analista Marco Aurelio Barbosa, da CM Capital Markets.

A decisão chinesa de permitir que fundos de pensão administrados por governos locais invistam no mercado acionário pela primeira vez não trouxe alívio ao mercado. Conforme nota do Credit Suisse, havia expectativa de corte da taxa de depósito compulsório dos bancos chineses para estimular a economia, o que não aconteceu.

O professor de economia do Mackenzie Marcos Antonio de Andrade disse ao G1 que o mesmo suporte que o mercado chinês apresentou durante a crise de 2008, com sua política de investimento suportado pelo governo, agora sofre um grande "revés" e está causando instabilidade em todo o mercado mercado mundial.

Investidores descansam em uma corretora de valores em Xangai, China, nesta segtunda-feira (24) (Foto: REUTERS/Aly Song)

Medidas afastaram investidores
Entre as commodities, o minério de ferro chegou a cair cerca de 4% na China e o petróleo chegou a perder cerca de 5%.

Em nota a clientes, Barbosa, da CM Capital Markets, escreveu que as medidas do governo chinês visam estancar o pânico entre investidores pessoas físicas e evitar o contágio da economia real pela perda de lastro para o consumo devido à redução da poupança.

"O que vem ocorrendo é que as medidas de 'socorro' à bolsa (chinesa) vêm afastando os poupadores e atraindo mais especulação. Há uma sensação de que o governo chinês está perdendo o controle da situação", afirmou.

O Credit Suisse destacou que o movimento recente do banco central da China de desvalorizar o iuan levou a um choque negativo no apetite de risco e, em caso de piora, poderia afetar negativamente também o crescimento global.

Petróleo teve maior queda em dois meses
O movimento de queda do petróleo acelerou-se agudamente nesta segunda, com os preços caindo mais de 5% para novas mínimas de seis anos e meio, devido a preocupações com a economia da China.

 As perdas no petróleo seguiram a queda no mercado da China. A maior queda diária do petróleo em quase dois meses sugere que os piores temores em relação às previsões econômicas da China obscureceram sinais imediatos do excesso de oferta como o principal motivador da baixa.


O petróleo Brent para outubro caiu 2,77 dólares, ou 6,1%, encerrando a US$ 42,69 por barril, após cair para a mínima do contrato de US$ 42,51 por barril, o valor mais baixo para o primeiro vencimento desde março de 2009.

Cenário nacional
Na cena local, era visto como novo elemento de incerteza a decisão do vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, de pedir investigação das contas de campanha da presidente Dilma Rousseff, assim como o risco de saída do vice-presidente Michel Temer da articulação política.

Temor afetou mercados nos EUA e Europa
As bolsas nos Estados Unidos também foram afetadas, mas se recuperaram após as mínimas desta segunda-feira, ajudadas por uma recuperação nas ações da Apple. Os principais índices acionários permaneciam em território de correção ou perto dele.

O Dow Jones chegou a perder mais de 1 mil pontos nesta sessão, a maior queda em pontos de sua história. O índice norte-americano nunca tinha caído mais de 800 pontos em um dia.

Por volta de 17h10 (horário de Brasília), o índice Dow Jones caía 3,7%, com os investidores em busca de barganhas. O S&P 500 recuava 4%. O índice de tecnologia Nasdaq operava em baixa de 2,65%.

"Os fundamentos dos EUA são fortes, e assim como a confiança pode ir embora, ela pode voltar rapidamente se os fundamentos são sólidos", disse o diretor de investimentos da Commonwealth Financial Network, Brad McMillan.

"Investidores estão começando a olhar as coisas racionalmente e ver que as coisas não estão tão ruins e começando a comprar ações como as da Apple", complementou.

As ações da Apple, que chegaram a cair 13%, reverteram o rumo e subiam. A alta da Apple ajudou Nasdaq e S&P 500 a voltarem de níveis em território de correção. Um índice é considerado em território de correção quando fecha 10% abaixo de sua máxima em 52 semanas.

Na Europa, o índice FTSEurofirst 300 fechou com queda de 5,44%, a 1.349 pontos e perdeu cerca de € 450 bilhões (US$ 521,42 bilhões) em valor de mercado – pior performance de fechamento desde novembro de 2008.

O índice chegou a cair 7,8% durante a sessão, maior queda intradia desde outubro de 2008, pouco depois da falência do banco de investimentos norte-americano Lehman Brothers. O termômetro fechou acima das mínimas mas permaneceu em vias de marcar a pior queda mensal desde 2002. Seu valor de mercado diminuiu em mais de um trilhão de euros desde o início do mês.

Fonte: G1

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