Ibovespa recuou 0,55%, a 50.011 pontos.
Alta das ações da Braskem, Petrobras e Vale evitaram queda maior.
O principal índice da Bovespa fechou em queda nesta quinta-feira (6), com agentes financeiros apreensivos acerca do cenário político conturbado e instável, embora a recuperação dos papéis da Petrobras e da Vale tenha limitado a queda do principal índice da bolsa paulista.
O Ibovespa recuou 0,55%, a 50.011 pontos. Na mínima, o índice chegou a cair 1,3%.
Braskem liderou as altas do índice nesta quinta, com valorização de cerca de 6%, após a petroquímica divulgar lucro líquido de R$ 1,05 bilhão para o segundo trimestre, forte aumento ante o resultado positivo de R$ 124 milhões obtido um ano antes e informar que fez proposta de fórmula flexível para novo contrato de nafta com a Petrobras.
Já as ações ordinárias (com direito a voto) da Petrobras subiram mais de 4% e, as preferenciais, mais de 3%. A estatal divulga ainda nesta quinta o balanço do segundo trimestre.
A Vale também ajudou a minimizar a baixa do índice, com os papéis ON subindo mais de 3%.
Na outra ponta, Rumo Logistica liderou, com queda de mais de 4%.
Tensão política
O analista Marco Aurélio Barbosa, da CM Capital Markets, destacou em nota a clientes que o mercado amanheceu sob o efeito de uma "esmagadora derrota do governo" na Câmara dos Deputados, enquanto PDT e o PTB oficializaram a saída da base aliada.
Na madrugada desta quinta-feira, foi aprovado o texto-base da proposta de emenda à Constituição que vincula os ganhos de servidores da Advocacia Geral da União, delegados e procuradores municipais aos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
PDT e PTB anunciaram também na quarta-feira independência em relação ao governo na Câmara dos Deputados, deixando a base aliada.
Pesquisa Datafolha também mostrou nesta quinta que a impopularidade da presidente Dilma Rousseff é recorde entre todos os presidentes avaliados pelo instituto desde 1990.
A avaliação de profissionais do mercado financeiro é de que a ausência de sinalizações claras sobre desdobramentos no ambiente político tende a manter o clima de incerteza e a volatilidade nos negócios.
No pano de fundo, segue o temor de um corte da nota soberana do país. Quando cortou para "negativa" a perspectiva do rating brasileiro em julho, a Standard & Poor's disse que havia aumentado a chance de "novo deslize" na execução do plano de ajuste fiscal do governo.
O Bank of America Merrill Lynch afirmou que vê o Ibovespa em 48 mil pontos se o Brasil perder a nota grau de investimento e o dólar bater R$ 3,80, embora não descarte recuo maior no curto prazo se o noticiário seguir negativo e não houver catalisadores para investidores fecharem posições pessimistas.
Fonte: G1