Ibovespa, principal indicador da bolsa, recuou 0,78% a 47.076 pontos.
Pela manhã, bolsa operava em alta, mas recuou no início da tarde.
Após subir no início dos negócios, a bolsa brasileira virou e fechou em baixa nesta terça-feira (20), tendo perdido força após três altas consecutivas e com a apreensão sobre o cenário político e econômico nacional pesando.
O ambiente de negócios chegou a se mostrar mais favorável para a bolsa por conta do dólar mais fraco, o que fez o Ibovespa subir 0,6 % pela manhã, afirmou à Reuters o analista Luis Gustavo Pereira, da Guide Investimentos.
O Ibovespa recuou 0,78%, a 47.076 pontos.
No mês, a bolsa sobe 4,47%. No ano de 2015, contudo, acumula queda de 5,86%.
As ações da Petrobras subiram cerca de 1% por volta do horário do fechamento. A queda de papéis de peso como Cielo, Itaú Unibanco e do setor de papel e celulose sobrepôs-se à alta da Petrobras, puxando o Ibovespa para baixo.
Já os papéis da Vale operaram em queda próximo a 2%, em dia de novo recuo dos preços do minério de ferro no mercado à vista da China, renovando mínima de quase três meses. Além disso, o papel reagia a projeções do mercado para o balanço da companhia, segundo o gerente de renda variável da H. Commcor, Ariovaldo Santos.
Analistas consultados pela Reuters projetam prejuízo no terceiro trimestre, com a mineradora pressionada principalmente pelos baixos preços da commodity e por efeitos contábeis da forte valorização do dólar ante o real na dívida da companhia.
Do lado corporativo, investidores avaliam dados operacionais do terceiro trimestre de empresas como Gafisa, cuja ação subiu mais de 2%, e MRV Engenharia.
No front externo, o mercado aguarda o pronunciamento da chefe do banco central norte-americano, Janet Yellen, ainda com expectativas voltadas para o possível aumento das taxas de juros até o fim o ano.
Cenário interno
Com a agenda fraca e a queda apenas limitada das bolsas dos Estados Unidos e da Europa, o que influenciou os movimentos do mercado foi principalmente a apreensão sobre o quadro político e econômico brasileiro, disse à Reuters o economista Hersz Ferman, da Elite Corretora.
"A melhora da Bovespa dos últimos dias foi muito por conta do cenário externo. O interno não mudou e está com cara de estar piorando", afirmou Ferman. Na sua avaliação, a concentração do noticiário em pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff tem deixado para segundo plano a necessidade de equilibrar as contas do governo e promover mudanças fiscais.
Nesta terça-feira (20), três fontes afirmaram à Reuters que o governo vai mudar a meta de superávit primário deste ano para reconhecer um déficit, que pode chegar a 50 bilhões de reais, e avalia incluir ainda a possibilidade de elevar esse número caso haja novas frustrações de receitas.
Quanto à presidente Dilma, a oposição adiou para quarta-feira (21) o protocolo na Câmara dos Deputados do novo pedido de impeachment.
Véspera
A bolsa brasileira foi sustentada pelo setor financeiro e fechou em alta nesta segunda-feira (19), com o mercado mais calmo após especulações sobre a permanência do ministro da Fazenda no cargo agitarem a sessão anterior, o que compensou a pressão negativa das ações da Vale.
O Ibovespa avançou 0,45%, a 47.447 pontos. No mês, a bolsa brasileira acumula alta de 5,3%. No ano, porém, o Ibovespa perdeu 5,12%.
Fonte: G1