Atenção! Você está utilizando um navegador muito antigo e muitos dos recursos deste site não irão funcionar corretamente.
Atualize para uma versão mais recente. Recomendamos o Google Chrome ou o Mozilla Firefox.

Notícias

Bendine: Banco do Brasil tem “papel de governo”

Facebook
Twitter
Google+
LinkedIn
Pinterest
Enviar por E-mail Imprimir
19/08/2013 - 09:47

de "agente de desenvolvimento econômico e social"; ao Estadão, Aldemir Bendine diz que redução dos juros foi decisão técnica – "Você não baixa juros por decreto" – e que "não tem interferência" do governo nesse sentido; hoje, porém, afirma não haver mais espaço para baixar as taxas

247 – À frente da maior instituição financeira da América Latina, Aldemir Bendine afirma ter resgatado o papel do Banco do Brasil enquanto agente de desenvolvimento econômico e social. "Quer dizer: ele tem um papel de governo, de fato", diz o presidente do BB, numa entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo veiculada neste domingo 18.

Segundo ele, o mercado "precifica muito negativamente" o banco, devido a uma possível interferência do governo, mas "as pessoas não entendem a governança do Banco do Brasil", defende. "Hoje, ela está num nível igual ou superior à das grandes empresas brasileiras".

Forte contribuinte do governo em relação à bandeira dos juros baixos, o presidente do Banco do Brasil não vê mais espaço para redução e nega que tenha havido interferência do governo nesse sentido. "A presidente Dilma entendia que os spreads (diferença entre o que banco paga na captação do dinheiro e o que cobra no empréstimo) estavam muito altos e que isso inibia o crescimento do País", explica.

"Mas não foi uma imposição, foi uma cobrança", continua Bendine. "Você não baixa juros por decreto. O fator que norteou esse movimento aqui no banco foi a queda da taxa básica de juros. Foi aí que adotamos a estratégia de trabalhar com spreads mais reduzidos, transferimos o ganho para nossos clientes e para a sociedade. O BB foi o indutor, os demais tiveram de vir atrás. Os spreads no mundo são esses que a gente está praticando agora aqui", afirma.

Leia abaixo alguns trechos da entrevista:

Espaço para nova redução de taxas

Hoje, não. Com o novo reposicionamento da Selic (a taxa básica de juros), dado o efeito inflacionário, não se pode continuar com a transferência de ganhos para os clientes por causa do custo de captação. É ele que determina a fixação da taxa. Agora só vou conseguir novos avanços à medida que nossa eficiência melhorar muito. Tivemos de fazer algumas pequenas correções (aumento dos juros), mas o spread global do banco tem se mantido estável. Hoje está por volta de 4,6%, que é mais ou menos a base mundial. Chegou a ser 7,5%, 8%.

Elevação de taxas – problemas com o governo

Não. Isso é muito tranquilo aqui, é uma decisão técnica. Não tem interferência. Até porque se o governo dissesse "trabalha a custo zero", eu não conseguiria fazer isso. Sei que o mercado ainda precifica muito a gente negativamente por causa dessa possível interferência, ou intervenção, governamental. Muitas vezes, as pessoas não entendem a governança do Banco do Brasil. Nossa governança hoje está num nível igual ou superior à das grandes empresas brasileiras.

O que os analistas pensam do BB

Os analistas, às vezes, têm dificuldade em analisar o BB. Uma hora tendem a achar que é só um banco público, tem horas que acham que é apenas um banco comercial. Nenhum dos dois. Até pela sua história, o banco tem de ter um papel de agente de desenvolvimento da sociedade, senão ele perde um pouco da razão de ser. E, se for só um banco comercial, é melhor que seja privatizado e atue como tal. Nos últimos quatro anos, eu resgatei um pouco esse papel do Banco do Brasil enquanto agente de desenvolvimento econômico e social. Quer dizer: ele tem um papel de governo, de fato. Agora, o que a gente nunca abriu mão foi da nossa profissionalização, da nossa governança, da nossa técnica.

Autonomia da diretoria

[Tem] autonomia total. Claro que é total dentro da governança do banco. É lógico que o sócio controlador (o governo) sempre tem dentro do conselho de administração um peso maior e acaba ditando o rumo, como em qualquer companhia. Agora, se o governo disser para dar crédito a uma determinada indústria, a custo zero, é impossível passar.

Fonte: 247


Tópicos:
visualizações