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BC prevê inflação de 9,5% em 2015 e retração de 2,7% para o PIB

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24/09/2015 - 11:20

Estimativas foram divulgadas nesta quinta-feira pelo relatório de inflação.
Inflação prevista para este ano é mais que o dobro da meta central de 4,5%.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar o ano em 9,5%, segundo o Banco Central. A estimativa é mais que o dobro da meta central de 4,5% para o período, e 3 pontos percentuais acima do teto do sistema de metas, de 6,5%.

No relatório de inflação do terceiro trimestre deste ano, divulgado nesta quinta-feira (24), o BC estima ainda que o Produto Interno Bruto (PIB) deve "encolher" 2,7% neste ano – a maior contração desde 1990, quando recuou 4,35%, ou seja, em 25 anos.

No relatório do segundo trimestre, divulgado em junho, o BC estimava inflação de 9% e uma contração de 1,1% na economia de 2015.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos dentro do país, e serve para medir o comportamento da atividade econômica. De acordo com dados oficiais, a economia brasileira já está em recessão técnica.

"A atividade econômica no Brasil segue sob influência do ajuste macroeconômico em curso no país [implementado com contenção de gastos, alta de tributos, de juros e do dólar]. Esse processo apresenta três componentes – monetário, externo e fiscal – e é necessário e essencial para a consolidação de fundamentos que favoreçam a convergência da inflação para a meta no final de 2016, através da redução de desequilíbrios macroeconômicos. Os seus efeitos tendem a ser ampliados pelo ambiente associado a eventos não econômicos", avaliou o Banco Central.

Estimativas do mercado
Na semana passada,os economistas do mercado financeiro previram que o IPCA deste ano deverá somar 9,34% – o maior valor dos últimos treze anos – e que o PIB deve registrar "encolhimento" de 2,70%. As projeções oficiais do governo, que estão no orçamento deste ano, apontam para uma inflação de 9,29% e para uma retração do PIB de 2,44% em 2015.

Nota brasileira e ajuste na economia
O BC lembrou que a Standard & Poors rebaixou recentemente a nota da dívida brasileira, que perdeu o chamado "grau de investimento" – uma recomendação para investir no Brasil. Isso, acrescentou a autoridade monetária, afetou as expectativas no curto prazo e custos no
médio e longo prazos e implica em "custos maiores para os agentes econômicos e acrescenta prêmios de riscos que tornam mais lenta a recuperação da confiança e, consequentemente, a retomada de atividade".

"Nesse contexto, a continuidade dos ajustes macroeconômicos em curso e a implementação
tempestiva de seu componente fiscal, para reduzir incertezas e prêmios de riscos, tornam-se essenciais para fortalecer fundamentos econômicos e gerar condições adequadas à recuperação da confiança dos consumidores e empresários para a recuperação da atividade", acrescentou o BC. Na semana passada, o governo anunciou um pacote de contenção de gastos e uma nova rodada de alta de tributos, com a proposta de retorno da CPMF para reequilibrar as contas públicas.

Inflação
A previsão do Banco Central para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de cerca de 9%, em junho, para 9,5% no relatório de inflação divulgado nesta quinta-feira. A estimativa do BC está um pouco acima dos 9,34% previstos pelo mercado financeiro para 2015.

No cenário de referência (juros e câmbio estáveis), cuja previsão era de 9% em junho, a estimativa avançou para 9,5% em 2015. No cenário de mercado (que considera as previsões dos analistas dos bancos para câmbio e juros nos próximos meses), a estimativa do BC para a inflação de 2015, que estava em 9,1% em junho, passou também para 9,5% neste mês.

 De acordo com o Banco Central, a probabilidade de a inflação ficar acima do teto do sistema de metas, em 2015, é de cerca de 99% tanto no cenário de referência quanto no de mercado.

Segundo economistas, a alta do dólar e dos preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros) pressiona os preços em 2015. Além disso, a inflação de serviços, impulsionada pelos ganhos reais de salários, ainda tem sido registrada.

Comportamento dos preços em 2016
O Banco Central informou ainda, no relatório de inflação divulgado nesta quinta, que sua estimativa de inflação para o ano de 2016 fechado subiu. No cenário de referência – que considera câmbio e juros estáveis – a previsão avançou de 4,8% em junho para 5,3% e, no cenário de mercado, subiu de 5,1% para 5,4%.

Em 2016, ainda de acordo com o BC, a probabilidade de estouro do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação meta é de 20% a 22%.

Sistema de metas brasileiro
Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central tanto para 2015 como para 2016 é de 4,5%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.

Quando a inflação fica mais alta do que o teto de 6,5% do sistema de metas brasileiro, os dirigentes do BC não são demitidos. O presidente do Banco Central apenas precisa escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando as razões que motivaram o "estouro" da meta formal. A última vez em que isso aconteceu foi em 2003, ou seja, há mais de dez anos, e o documento foi assinado pelo então presidente da autoridade monetária, Henrique Meirelles.

O Banco Central tem informado que o objetivo da instituição é trazer a inflação para o centro da meta de 4,5% no ano de 2016. O principal instrumento do BC para conter as pressões inflacionárias é a taxa básica de juros da economia, que atualmente está em 14,25% ao ano – o maior patamar em nove anos. A expectativa do mercado financeiro é de que a taxa termine 2015 no atual patamar e que comece a cair no próximo ano.

Com uma taxa mais alta de juros, o Banco Central tenta controlar o crédito e o consumo, atuando assim para segurar a inflação. Por outro lado, ao tornar o crédito e o investimento mais caros, os juros elevados prejudicam o crescimento da economia.

Componentes do PIB
Ao revisar para baixo sua previsão de retração da economia brasileira neste ano, de uma contração de 1,1% para 2,7% de queda, o Banco Central também revisou os componentes do Produto Interno Bruto (PIB).

De acordo com a autoridade monetária, a produção agropecuária deverá crescer 2,6% neste ano, ante estimativa anterior de 1,9% de alta, repercutindo revisão do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, do IBGE, referente ao mês de agosto.

A projeção para o desempenho da indústria, entretanto, recuou de -3% para -5,6%, reflexo de reduções nas estimativas para a indústria de transformação, de -6% para -8,2%; e para a construção civil, de -3,3% para -7,8%, "consistente com a redução do emprego no setor, os impactos de eventos não econômicos e a retração na produção de insumos típicos
da construção".

Já a produção do setor de serviços deverá recuar 1,6% (-0,8% na estimativa anterior), ressaltando-se, de acordo com o BC, as revisões nas atividades comércio, -3,8 p.p., e transporte, armazenagem e correio, -2,2 p.p.

"No âmbito dos componentes domésticos da demanda agregada, ressalte-se a redução, de -0,5% para -2,4%, na projeção para o Consumo das Famílias, em ambiente de piora no mercado de trabalho e manutenção da confiança do consumidor em patamares reduzidos", acrescentou o BC.

A instituição destacou, ainda redução na estimativa para a queda da Formação Bruta de Capital Fixo (taxa de investimentos), de -7% para -12,3%, "revisão compatível com a perda de dinamismo da construção civil e da produção de bens de capital".

Em relação ao componente externo da demanda agregada, a variação anual das exportações foi revista em 2,5 pontos percentuais., para 8%, e a das importações, em -4,7 pontos percentuais, para -10,7%, "evolução consistente com o cenário de desaceleração do consumo e depreciação cambial".

Fonte: G1

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