O Banco Central tentará, até o fim deste mês, colocar em audiência pública as regras sobre os índice de liquidez dos bancos (LCR, na sigla em inglês), parte da regulação prudencial bancária de Basileia 3.
"Não é um compromisso, mas vamos tentar colocar as regras de LCR em audiência pública até o fim do mês", disse ontem Aldo Luiz Mendes, diretor de política monetária do BC, em evento em São Paulo, sobre regulação bancária. "O LCR é uma questão simples e complexa ao mesmo tempo", disse. "Mas amadurecemos bastante a discussão interna sobre como tratar o LCR e agora queremos ouvir o mercado, na audiência pública."
Mendes também prometeu para ainda este ano uma discussão sobre índices de alavancagem das instituições financeiras, também parte do conjunto de regras de Basileia 3, que começaram a ser implementadas no Brasil em outubro do ano passado. Já o debate sobre critérios que determinam se uma instituição financeira é sistemicamente importante deve ficar para um terceiro momento, segundo ele.
"O Brasil tem cumprido rigorosamente todos os prazos de implementação de Basileia", disse. O diretor também afirmou que as regras vão reforçar a imagem de solidez do sistema financeiro brasileiro.
As normas de Basileia 3 estabelecem dois tipos de índices de liquidez para os bancos. O LCR de curto prazo tem como objetivo garantir que os bancos tenham recursos de alta liquidez para resistir a um período de até 30 dias de estresse financeiro, quando uma onda de resgates pode acontecer.
Já o LCR de longo prazo visa garantir um maior equilíbrio entre os prazos dos ativos e passivos das instituições financeiras. As autoridades buscam uma maior estabilidade nas fontes de captação.
De acordo com o diretor do BC, não há no horizonte nenhuma dificuldade de capitalização para bancos brasileiros. "Nosso índice de adequação de capital é adequado, e os bancos brasileiros passam com louvor [pelos testes de estresse do BC]", afirmou.
Fonte: Valor Econômico