Atenção! Você está utilizando um navegador muito antigo e muitos dos recursos deste site não irão funcionar corretamente.
Atualize para uma versão mais recente. Recomendamos o Google Chrome ou o Mozilla Firefox.

Notícias

Bancos privados lucram R$ 7 bilhões no 2º trimestre

Facebook
Twitter
Google+
LinkedIn
Pinterest
Enviar por E-mail Imprimir
31/07/2013 - 10:08

Itaú Unibanco, Bradesco e Santander Brasil tiveram juntos um lucro líquido de R$ 7 bilhões de abril a junho deste ano. A expansão de resultado alcançada pelos três maiores bancos privados do país foi de 4,95% na comparação com igual período de 2012.

Em um cenário ainda difícil para o crédito, mais tarifas cobradas, combate à inadimplência e controle dos custos são os fatores que mais explicam o lucro mais gordo apresentado pelo trio de bancos. Mas, isoladamente, no caso do Santander, esses recursos acabaram não sendo suficientes. O banco de matriz espanhola teve um lucro de R$ 500 milhões, com queda de 11,2% em relação ao segundo trimestre de 2012.

Do lado do crédito, os spreads - que equivalem à margem bruta de ganho dos bancos - continuam a trajetória de queda que iniciaram mais de um ano atrás, conforme mostram os dados dos três bancos (veja tabela). E esse é um movimento que, segundo os bancos, ainda não chegou ao fim. Só começou a ficar mais suave, na avaliação dos executivos.

Não há como negar que a pressão do governo para reduzir o custo das operações de crédito por meio dos bancos públicos surtiu efeito. Mas não é só isso.

Os bancos estão em meio a uma cruzada para reduzir risco, buscando operações de crédito que sejam mais seguras. A contrapartida disso é que os spreads delas são menores. "Cerca de três quartos da redução dos spreads de crédito se deve à mudança do mix do portfólio do banco", disse Carlos Galán, vice-presidente de finanças do Santander Brasil, durante entrevista a jornalistas ontem, na sede do banco, em São Paulo.

O spread de crédito do banco ficou em 10,8% no segundo trimestre, com queda de 0,5 ponto percentual na comparação com o período de janeiro a março.

Em teleconferência com jornalistas, Rogério Calderón, diretor de controladoria do Itaú Unibanco, também afirmou que as linhas de financiamento imobiliário e crédito consignado devem crescer mais do que as outras. São produtos que contam com garantia do imóvel e do desconto em salário, com spreads menores do que o do cheque especial, por exemplo.

Diante disso, vem o esforço dos bancos em outras áreas para compensar ganhos menores. Uma importante arma tem sido justamente o controle da taxa de inadimplência, que de abril a junho mostrou queda nas três maiores instituições privadas.

Bradesco e Itaú, por exemplo, já conseguiram fazer o spread depois das perdas com calotes - chamado de "spread líquido" - voltar a crescer. Passou de 7% no primeiro trimestre para 7,2%, no caso do Itaú. E ganhou 0,1 ponto percentual, para 6,5%, no caso do Bradesco. Último banco a mostrar recuo na inadimplência, o Santander ainda não sentiu esse efeito.

Além da batalha contra as perdas com crédito, os bancos estão em busca de outras receitas que possam engordar os balanços.

Tarifas de contas correntes, taxas de fundos e outros serviços somaram uma receita de R$ 13,1 bilhões para o trio de bancos privados. O valor é 19,5% maior do que em igual trimestre de 2012. "Vamos focar no aumento [de receitas] com tarifas para compensar a pressão nos spreads", afirmou Galán, do Santander, ontem. Para isso, o executivo disse que vai buscar um maior vínculo com a clientela, para que ela consuma mais produtos.

O Bradesco também decidiu aumentar sua projeção de crescimento da receita com essa atividade de um intervalo entre 9% e 13%, para 12% a 16%. Recados como esses chegam no momento em que os três bancos revisaram para baixo suas projeções de expansão do crédito para este ano. Em junho, a carteira de crédito das três maiores instituições privadas alcançou R$ 902,8 bilhões, com expansão em 12 meses.

Em outra ponta, os bancos seguram os custos. Os gastos administrativos e com pessoal somaram R$ 19,4 bilhões, com uma expansão de 4,6% na comparação com igual trimestre de 2012. A alta ficou abaixo da inflação medida pelo IPCA, que acumulou 6,7%. No Santander, o quadro de funcionários foi reduzido em 1.782 pessoas, para 51.702 trabalhadores.

Fonte: Valor Econômico


Tópicos:
visualizações