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Banco do Brics reduzirá dependência, dizem presidentes sul-americanos

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17/07/2014 - 09:42

Líderes da região se reuniram em Brasília com integrantes do Brics.
Papel do banco será financiar projetos de infraestrutura de emergentes.

Presidentes de países da América do Sul convidados a participar da cúpula do Brics (formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Brasília, afirmaram nesta terça-feira (16) que o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), criado pelo bloco, permitirá que países em desenvolvimento dependam menos de outros organismos econômicos globais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI).

 

A criação do NBD foi anunciada durante a I Sessão de Trabalho da Cúpula, nesta terça (15), em Fortaleza (CE). O banco terá capital inicial de US$ 50 bilhões e poderá chegar a US$ 100 bilhões. A sede do Banco dos Brics será na China, o primeiro presidente será da Índia e o Brasil terá o direito a indicar o primeiro presidente do Conselho de Administração da instituição, cujo objetivo financiar projetos de infraestrutura em países emergentes. A presidente Dilma Rousseff defendeu uma "relação permanente" entre Brics e países sul-americanos.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, propôs uma “aliança” do Banco do Sul, formado por países sul-americanos, com o NBD, como forma de combater “o capital especulativo financeiro”, que, segundo ele, “saqueia” as economias dos países emergentes.

“Seguramente, no futuro se recordará o dia 16 de julho. Começa a haver a cara de uma nova aliança, de uma nova geopolítica mundial, para o desenvolvimento, para a paz. Tomou-se a decisão de criar um banco de desenvolvimento do Brics e de um fundo de reservas, que é uma grande notícia para toda esta região da América do Sul”, declarou.

Saudamos essa decisão do Brics de constituir um banco de fomento, de desenvolvimento, que também poderá – por que não? – colocar ordem em uma finança internacional deficiente."

Cristina Kirchner, presidente da Argentina

Maduro disse que também vai propor a criação de uma comissão especial para manter o trabalho dos países da América Latina com os membros do Brics. “Temos um processo convergente e vamos fazer todos esforços e luta política para que os Brics e a Unasul (União de Nações Sul-americanas) marchem juntos a partir de hoje”, declarou.

O presidente do Uruguai, José Mujica, que também participou a reunião dos Brics, disse que a criação do Novo Banco de Desenvolvimento pode ser considerada uma “alternativa” para seu país. Mas ele não disse se o Uruguai pedirá empréstimo ao banco (veja no vídeo abaixo).

"Eu acredito que quanto mais alternativas existirem, melhor. O mundo financeiro é imprevisível, e a insegurança e a volatilidade do mundo atual são muito grandes. Isso nos obriga a ter uma reserva. Meu país é muito pequeno, tem um PIB de US$ 52 bilhões e tem uma reserva de US$ 18 bilhões, o que é uma disparidade. Por que temos isso?”, disse o presidente.

Durante a reunião da cúpula, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, disse que a decisão do bloco de criar o banco para financiar projetos de infraestrutura em países emergentes poderá “colocar ordem” no sistema de regulação e fomento financeiro internacional.

Quanto mais alternativas existam, melhor. O mundo financeiro é imprevisível, e a insegurança e a volatilidade do mundo atual são muito grandes."

José Mujica, presidente do Uruguai

“Saudamos essa decisão do Brics de constituir um banco de fomento, de desenvolvimento, que também poderá – por que não? – colocar ordem em uma finança internacional deficiente. Muitas vezes falamos da imprescindível reforma nos mecanismos multilaterais de crédito e políticos. Esse é um sinal muito positivo", afirmou.

Após a reunião, Cristina Kirchner afirmou que a presidente Dilma Rousseff vai levar à próxima reunião do G20 (as 20 maiores economias do mundo), em novembro, o tema da "reestruturação da dívida" dos países.

"Não é um tema da Argentina, mas que pode afetar a todos os países. De fato, afetou ao Brasil durante 20 anos, de modo que ela diretamente propôs como tema a discutir no próximo G20, na Austrália", disse.

O governo argentino tem até 30 de julho para fechar um acordo com os credores que não aceitaram os termos das negociações da dívida argentina, em uma disputa que deixa a terceira maior economia da América Latina à beira do segundo calote em 12 anos.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou acreditar que o novo banco ajudará a reduzir o papel de outros organismos financeiros internacionais, servindo de alternativa de financiamento e fomento para projetos de infraestrutura nos países emergentes.

“O mundo necessitava de uma nova organização internacional financeira porque o que faziam o Banco Mundial e o FMI era chantagear e submeter o governo, em uma prática de neoliberalismo. Creio que esse novo banco vai acabar com as políticas de neoliberalismo e neocolonialismo”, declarou.

FMI
O FMI, por sua vez, parabenizou o Brics pela criação do banco e disse que adoraria trabalhar com o grupo para "reforçar a cooperação entre todas as partes da segurança internacional que têm como objetivo preservar a estabilidade financeira no mundo", de acordo com comunicado da gerente do fundo, Christine Lagarde.

"O FMI tem uma relação muito forte com todos os países do Brics, que são membros chave da instituição. Estamos ansiosos por fortalecer nossa colaboração”, afirmou.

Fonte: G1

 

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