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Audiência pública Tombini vê inflação em queda no 2º semestre

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03/04/2013 - 09:53

Presidente do BC lembrou que o IPCA tem mostrado resistência e não descarta medidas

Brasília - Menos de uma semana depois da polêmica causada pela presidente Dilma Rousseff ao criticar políticas que reduzam o crescimento em prol de controle dos preços, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse ontem que vê a inflação caindo no segundo semestre, após um efeito “estatístico” neste início d

e ano. Segundo Tombini, os altos índices inflacionários do ano passado vêm contaminando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que deve ultrapassar o teto da meta (6,5%) no primeiro semestre.

Ao mesmo tempo, Tombini frisou que o BC não faz “cara de paisagem” para a inflação em alta, está atuando para derrubá-la e o comportamento dos preços é o fator que irá guiar a decisão sobre a possível alta de juros neste ano. O norte para a decisão sobre a taxa básica de juros, estável em 7,25% desde outubro do ano passado, será o IPCA de março. O indicador será divulgado daqui a uma semana, sete dias antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Em sua primeira aparição pública depois de Dilma acusar de “manipulação” a sua visão sobre inflação, Tombini deu mais ênfase ao controle de preços e disse que há sinais de recuperação da economia, inclusive na indústria e no investimento. Para ele, a tendência é de aceleração da atividade ao longo do ano, pois parte do efeito do corte de juros do ano passado ainda não entrou na “engrenagem” da economia. O presidente do BC participou de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Comunicação

Segundo Tombini, o BC começou a agir por meio de seus comunicados, o que provocou efeitos sobre o mercado de juros. Na audiência, Tombini afirmou que a queda dos preços agrícolas, vista no atacado, não chegou ao consumidor, o que pode estar ligado a custos no setor de serviços e ao aumento do frete, entre outros fatores.

Ele reafirmou, no entanto, a expectativa de recuo do índice de preços no segundo semestre. O BC prevê que o IPCA ultrapasse o teto da meta de inflação nos 12 meses encerrados em junho, antes de recuar para 5,7% em dezembro. Para Tombini, ultrapassar a marca limite ao longo do ano não pode ser considerado um descumprimento da meta, porque a tarefa do BC deve ser atingida apenas no fechamento de cada ano. Foi o que ocorreu em 2011, quando a inflação chegou a superar 7,3% nos 12 meses acumulados em setembro, mas terminou o ano em exatos 6,5%.

Apesar de ter acenado com a alta de juros, Tombini afirmou que taxas de juros mais baixas na economia são um legado que fica para o País, independentemente do que ocorra com a política monetária.

Críticas

Em um plenário formado majoritariamente por senadores da base do governo, Tombini foi bastante questionado sobre a questão da inflação, mas apenas os parlamentares da oposição fizeram críticas à atuação do BC.

Três senadores ouvidos pela reportagem, que pediram anonimato, avaliaram que o episódio em torno das declarações da presidente deve acelerar a decisão de elevar os juros, como reforço da independência de atuação da autoridade monetária. “Será bom para o BC, para a inflação e até mesmo para a presidente Dilma”, disse um influente senador da bancada governista no Senado.

O presidente da CAE, Lindbergh Farias (PT-RJ), terminou a audiência pública dando apoio público ao presidente do BC para um eventual aumento da taxa Selic. Disse que Tombini demonstrou não estar sujeito “nem a pressões políticas e nem do mercado” e que o BC conquistou credibilidade para “tomar a decisão que tiver que ser tomada”.

Fonte: Jornal O Popular


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