Uma comissão do Congresso argentino investiga unas 4.040 contas não declaradas de argentinos, abertas no HSBC, filial Suíça, por um aporte global estimado em 3,5 bilhões de dólares
Buenos Aires - O Banco Central argentino invalidou as licenças de dois diretores do HSBC pelo escândalo mundial de fraude e lavagem de dinheiro envolvendo a entidade britânica. A sanção da autoridade monetária motivou uma queixa da associação dos bancos.
A instituição que rege o sistema financeiro cancelou nesta quarta-feira as licenças para exercer como diretores titulares na filial do HSBC de Gabriel Martino e Miguel Ángel Estévez, por "descumprimento nos deveres de prevenção de lavagem de ativos". O ente de arrecadação fiscal acusa Martino de associação ilícita e evasão agravada.
A investigação em nível local foi aberta quando o ex-técnico de informática do banco HSBC, Hervé Falciani, revelou em 2008 um enorme sistema de fraude fiscal envolvendo personalidades do mundo do todo.
Uma comissão do Congresso argentino investiga unas 4.040 contas não declaradas de argentinos, abertas no HSBC, filial Suíça, por um aporte global estimado em 3,5 bilhões de dólares. As manobras em nível local estão sendo investigadas pela justiça e pelo organismo tributário da Argentina.
A Associação de Bancos da Argentina (ABA) expressou seu "rechaço" à medida do Banco Central, afirmando que ela tratá "graves consequências ao afetar injustamente a um de seus associados e a seus diretores" .
O Banco Central respondeu à ABA em comunicado que "novamente, a corporação de bancos estrangeiros parece perseguir o objetivo de um supervisor fraco que deixe indefensos os usuários de serviços financeiros".
A entidade diz atuar "de acordo com as regras internacionais do Comitê de Supervisão Bancária da Basileia e do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), a fim de exercer o poder de polícia financeiro em defesa da poupança e do interesse público".
Fonte: Correio Braziliense