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Análise: bancos precisam de mais que alta nos juros para recuperarem ações

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19/04/2013 - 12:44

O novo ciclo de aumento de juros no país promete ser uma medida de alívio para os bancos do setor privado, mas alguns investidores têm dúvidas sobre se o aperto na política monetária vai gerar ganhos significativos às instituições financeiras.

O Banco Central aumentou em 0,25 ponto percentual a taxa de juros Selic pela primeira vez desde julho de 2011 para controlar a inflação. Um ciclo de aperto normalmente é visto como um evento positivo para as instituições financeiras, que podem cobrar mais por crédito quando a Selic aumenta, o que melhora os lucros.

O setor bancário do Brasil enfrentou pressão do governo no ano passado para reduzir custos de empréstimos, sinalizando demanda por crédito de consumidores endividados e o que parece ser o terceiro ano seguido de fraco crescimento econômico.

O setor viu os lucros encolherem em 2012 pela primeira vez em 15 anos por causa de baixo crescimento de empréstimos, foco em tipos de crédito com risco menor e que cobram juros menores e rápida redução nos spreads, que é a diferença entre os juros cobrados em um empréstimo e o custo do dinheiro para o banco.

Um aumento de juros pode fornecer aos bancos algum alívio, mas não vai solucionar problemas econômicos e estruturais ou minimizar pressão do governo para sobre a indústria. Uma Selic maior também vem em um momento em que os lucros dos bancos estão menos dependentes da atividade econômica e da demanda por empréstimos do que em anos anteriores.

"O impacto de um ciclo de aperto monetário apenas oferecerá aos bancos alguma margem de alívio, provavelmente não vai se tornar um ponto de inflexão para a indústria", disse Andre Caminada, que administra R$ 2,1 bilhões em ativos da Victoire Brasil Investimentos, em São Paulo.

Expectativas sobre aumento dos juros vinham apoiando as ações de Itaú Unibanco, Bradesco e Santander Brasil ante uma queda de 13,5% do Ibovespa neste ano.

Nesta quinta-feira, as ações dos bancos abriram sem tendência definida, refletindo impacto reduzido da alta dos juros sobre o setor.

No ciclo de aperto entre setembro de 2004 e início de 2005, por exemplo, as ações de bancos superaram a performance da Bovespa em três vezes. No ciclo anterior, entre janeiro e julho de 2011, o efeito foi menos intenso, com as ações dos três principais bancos privados subindo cerca de 4% ante uma queda de 1% da Bovespa nos primeiros três meses após o aumento dos juros.

Estrategistas como Felipe Hirai, do Bank of America Merill Lynch, afirmam que a Selic maior dará aos bancos uma chance de recuperar parte da receita perdida pela pressão do governo para queda dos spreads.

A decisão do Comitê de Política Monetária da quarta-feira pode ajudar a frear a queda nos spreads, ajudando a reverter a queda na receita com juros no Itaú, Bradesco e Santander, argumentam Hirai e outros analistas. Na média, a receita com juros representa 58 por cento da receita dos quatro maiores bancos do Brasil, segundo dados da Thomson Reuters.

O governo tem usado o Banco do Brasil e a Caixa para cortar custos de crédito no país, que continuam entre os mais altos do mundo, e para fomentar competição com os bancos privados.

Tais esforços impulsionaram rápido crescimento na carteira de crédito dos bancos estatais, que agora controlam 48 por cento dos empréstimos concedidos no Brasil, sem uma deterioração significativa na inadimplência.

Fonte: UOL 

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